Cientistas descobriram padrões de mudanças na atividade de genes envolvidos em autismo, em um estudo esclarecendo como fatores ambientais podem ligar ou desligar certos genes que contribuem com o desenvolvimento da desordem cerebral.
No maior estudo de sua espécie, publicado na Molecular Psychiatry, pesquisadores do King’s College London analisaram dados de 50 pares de gêmeos, para tentar descobrir o que pode ter feito com que alguns tivessem desenvolvido autismo, enquanto o mesmo não acontecia com seus irmãos geneticamente idênticos.
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A desordem do espectro autista (DEA) afeta aproximadamente 1 em cada 100 pessoas no Reino Unido e envolve um espectro de desordens que se manifestam diferentemente em pessoas diferentes. Pessoas com DEA tem níveis variados de danos em três áreas comuns: compreensão, comportamento repetitivo e interesses, e danos em linguagem e desenvolvimento da comunicação.
A evidência do estudo com gêmeos mostra um forte componente genético da desordem e trabalhos anteriores sugerem que genes que dirigem o desenvolvimento cerebral podem estar envolvidos. Em aproximadamente 70% dos casos, quando um gêmeo idêntico tinha DEA, isso acontecia com o outro. No entanto, em 30% dos casos, gêmeos idênticos diferiam. Como gêmeos idênticos partilham o mesmo código genético, isto sugere que fatores não-genéticos, ou epigenéticos, devem estar envolvidos.
As mudanças epigenéticas afetam a expressão, ou atividade dos genes, sem mudar a sequência do DNA – acredita-se que são um mecanismo pelo qual o ambiente pode interagir com o genoma. Elas são potencialmente reversíveis, e portanto suscetíveis ao desenvolvimento de novas terapias.
A equipe estudou um mecanismo epigenético particular chamado metilação, que funciona bloqueando as sequências genéticas e pode ligar ou desligar a atividade genética.
Jonathan Mill, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de Exeter e chefe do estudo, disse que a pesquisa na intersecção entre influências genéticas e ambientais era crucial porque “condições ambientais arriscadas podem por vezes serem evitadas ou mudadas.” Mas ainda é muito cedo para identificar quais fatores ambientais podem ter tido um impacto, diz oIrish Times.
Fonte: Planeta Sustentável
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