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domingo, 31 de maio de 2015

Carro ‘ganha’ cones sobre capô e teto após fechar passagem para deficiente

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Cena ocorreu em frente a anexo da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Detran afirma fazer operações no local; servidor diz que infração é comum.

Um carro parado em local proibido em frente ao anexo IV da Câmara dos Deputados, em Brasília, teve cones de sinalização de trânsito colocados sobre o teto e o capô do veículo por um motorista inconformado com a infração. Os cones serviam para impedir que a passagem para pessoas com deficiência e dificuldades de locomoção fosse obstruída.
Segundo um servidor da Câmara que não quis se identificar, é comum motoristas removerem os equipamentos de sinalização para estacionar no espaço. “Acontece sempre. Me chamou a atenção porque alguém se sentiu incomodado e colocou os cones para ver se o responsável não faz mais isso. Tem falta de vaga, mas não justifica. A Esplanada dos Ministérios é enorme.”
O Detran informou que a infração é leve, pode render multa e a remoção do veículo. O órgão afirmou que realiza operações de fiscalização rotineiras no local, principalmente nos dias de maior movimento, e orienta as pessoas a utilizar transporte público devido à escassez de vagas na região central de Brasília.
Para o gráfico Antônio Junior, a situação ficou “cômica”. “Ficou engraçado, interessante. É muito difícil mesmo estacionar. Terças e quintas a partir das 10h não se acha mais vaga, mas foge da cidadania.”
De acordo com o secretário parlamentar Roberto Miranda, a falta de vagas se agravou desde que o ponto biométrico foi instituído na Câmara no início do mês. “Está tudo mais cheio agora desde a cobrança. Essa atitude de colocar os cones no carro é incomum. Se [o motorista] vai aprender eu não sei, mas também achei engraçado.”
A assessora Karine Diniz chegou ao trabalho às 10h após uma consulta médica e diz que teve de estacionar no “barrão” atrás do Itamaraty, pois a área em frente ao anexo IV estava lotada. “É um perigo porque fica um breu lá atrás. O que ajuda é o povo que passa e o vigia que fica até tarde. Isso aqui é ‘punk’. Tem que chegar supercedo. Só multam quando estão a fim.”
O taxista Expedito da Silva trabalha na região e reclama das infrações cometidas por motoristas. “Várias vezes quando chego aqui e tem carros particulares estacionados nas vagas reservadas para táxis. Têm de respeitar a demarcação. Desde que eu trabalho com isso, em 1988, tem esses problemas.”
Fonte: G1

sábado, 30 de maio de 2015

Brasileira com síndrome de Down estrela em Miami peça de teatro escrita por ela própria

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Tathiana Piancastelli que escreveu e atuou em peça teatral
A vida da brasileira Tathiana Piancastelli, a Tathi, que tem síndrome de Down, vai muito além de uma história de superação. Tathi já atuou nos palcos de New York e agora chega com todo seu talento a Miami. Tathi foi inspiração para o cartunista Mauricio da Sousa, da Turma da Mônica, criar a personagem Tati, uma menina travessa e alegre e que tem a síndrome de Down. Hoje a jovem se orgulha de, aos 30 anos, depois de ter uma peça de teatro que escreveu e protagonizou encenada em New York apresentá-la em Miami durante o 30º Festival Internacional de Teatro Hispano em Miami – o FIFH que acontece de 17 a 19 de julho.
“Menina dos Meus Olhos” ou “Apple of My Eyes” conta a história de Bela, uma adolescente em busca do amor e da aceitação social. Com elenco de dez atores e direção da brasileira Debora Balardini, a peça retrata a luta contra o preconceito e fala de amor, “é um romance e a protagonista Tathiana Piancastelli é a artista presente, adulta, madura e preparada para enfrentar seus próprios demônios e deuses em cena usando seu trabalho como veículo”, explica a descrição da peça. A peça esteve em cartaz em New York com casa lotada em todas as apresentações em 2013.
O pai de Tathi, Fernando Heiderich, de 55 anos, conta que Tathi sempre foi criada como uma criança como qualquer outra. “Temos outras duas filhas e a Tathi sempre teve uma vida normal, estudando e fazendo todas as atividades. Ela sempre gostou de teatro, fez teatro em São Paulo e aqui em Miami também. Um dia disse que queria escrever uma peça, se debruçou sobre o roteiro e passou quase três meses escrevendo”, contou. “Tati sempre nos surpreendeu por não ter limites. Criamos todas da mesma forma, com autoestima, com autoconfiança. Ela é muito guerreira e ainda mais especial”. Em entrevista à Folha de S.Paulo, na época da peça, Tathi questionou: “Era meu sonho. Por que não poderia realizá-lo?”.
Fernando conta que quando a peça estava pronta mostrou para a brasileira diretora de teatro em NY Debora Balardini que se encantou com o texto e decidiu produzi-lo por meio da companhia de teatro Nettles Artists Collective. O resultado foi uma peça de sucesso pela primeira vez escrita por uma jovem com síndrome de Down. Os ensaios para a estreia em Miami em julho já começaram.
“A peça é muito linda, porque a Tathi escreve com o coração, sem filtro. Ficamos muito felizes por ela ter sido montada e apresentada em New York e agora por estreiar em Miami num festival tão importante. Para nós, como pais da Tathi, uma menina tão especial, é motivo de muito orgulho e emoção”, disse.
Fernando e a família se mudaram há três meses para Miami. Eles viveram dois anos em New York e, antes, também moraram na Holanda. Heiderich é funcionário aposentado de uma multinacional e veio para Miami curtir a aposentadoria precoce. Ele que é casado com Patrícia e tem outras duas filhas. Ele e sua esposa ajudaram a criar a ONG “Ser diferente é normal” que tem o apoio da Rede Globo.
O site oficial do Festival Internacional de Teatro Hispano em Miami será lançado em breve. Outras informações sobre Tathiana no site http://tathianapiancastelli.com ou pelo Facebook Tathiana Piancastelli.
Fonte: acheiusa.com

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Programas permitem que cegos naveguem na internet

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Curso oferecido pela Adore capacita profissionais de Orleans, Braço do Norte e Pedras Grandes que trabalham com deficientes visuais

Professores que trabalham diretamente com alunos deficientes visuais iniciaram nesta quinta-feira um curso de informática de programa de voz. Oferecido pela Associação de Deficientes de Orleans e Região (Adore), o projeto contempla profissionais de Orleans, Braço do Norte e Pedras Grandes.
O objetivo, segundo o responsável pelas aulas e vice-presidente da entidade, Airton Galvão, é repassar informações sobre os softwares dosvox, jaws e nvda que permite m que o cego leia, escreva e navegue na internet. “Além de conhecimento próprio, através dessas aulas os professores são preparados para transmitir o aprendizado aos seus alunos dentro do ensino regular”, ressalta Galvão.
A professora Alcionir Farias trabalha em salas multifuncionais de Braço do Norte e atende 28 alunos. Em cinco anos trabalhando com crianças especiais, ela está sempre em busca de conhecimento. “Além deste curso, iniciei ainda nesse ano o curso de Braille, tudo isso para contribuir na vida dos meus alunos”, conta.
No primeiro momento as aulas serão ministradas apenas para os professores, mas futuramente pretende-se dar oportunidade para os próprios deficientes visuais. O período do curso ainda segundo Galvão é indeterminado, pois será de acordo com o rendimento de cada um. Esta é uma parceria da Adore e Núcleo de Apoio Pedagógico e Produção Braille (Nappb) e, conta ainda com a participação do Rotary Club de Orleans que doou um computador à entidade para que as aulas pudessem ser realizadas.
Colaboração: Assessoria de Imprensa Adore

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Cadeirantes ficam sem transporte público gratuito por falta de atestado

Deficientes físicos tentam renovação do benefício, mas não conseguem.
Segundo a prefeitura, os postos da cidade estão atendendo a população.

A falta de atendimento médico nos postos de saúde em Itapetininga (SP) tem prejudicado alguns deficientes físicos da cidade. Segundo os cadeirantes, sem o atestado, a carteira que comprova a limitação física não pode ser renovada para que eles tenham direito ao transporte público gratuito. A prefeitura enviou nota nesta manhã de quinta-feira (14) e se limitou a dizer que a unidade da Vila Santana e da Vila Mazzei atendem de segunda à sexta-feira, das 7h às 16h.
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“Já me transferiram para diversos postos e em nenhum fui atendida”, afirma a dona de casa Marina da Conceição Ferreira, depois de buscar por atendimento há mais de nove meses.
No entanto, com a presença da reportagem da TV TEM, a moradora conseguiu ser atendida no posto de saúde da Vila Mazzei. “Finalmente, graças a Deus deu certo.”
Com o vencimento da carteira marcado para a próxima segunda-feira (18), a cuidadora Sueli Aparecida de Almeida conta que busca ajuda há muito tempo e teme quando houver a expiração. “Não tenho como conseguir o laudo porque não há médicos nos postos.”
Segundo a cuidadora, a situação demonstra falta de respeito por parte dos órgãos responsáveis. “Me sinto abandonada, isso é um descaso”, completa.
Fonte: g1.globo.com

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Câmara aprova emenda à MP 664 que derruba fator previdenciário

Brasília – Em uma mudança radical da votação da Medida Provisória 664, os deputados aprovaram, na noite de ontem (13), três emendas que alteram o teor da matéria e já são consideradas a primeira derrota real do governo em relação ao ajuste fiscal. A principal muda as regras do polêmico fator previdenciário (cálculo feito atualmente para concessão de aposentadorias) e dá alternativa ao trabalhador para aplicar a chamada regra 85/95 – que permite aposentadoria integral em vez do fator. A aprovação desta emenda teve 232 votos favoráveis e 210 contrários.
A segunda emenda aprovada, por sua vez, retira do texto o item que repassa para as empresas a responsabilidade de bancar o valor integral do auxílio-doença dos seus trabalhadores. A terceira regulamenta a pensão por morte para pessoas com deficiência.
Com a aprovação das emendas, o prosseguimento da apreciação da MP 664, a partir de hoje, passa a ter um tom diferente em relação ao observado durante a apreciação da MP 665, na última semana, quando os deputados mantiveram o texto original e não aprovaram emendas propostas à matéria. No caso da MP 664, a medida corre o risco de ter o texto bastante fatiado até sua tramitação final no Congresso.
A 664, que integra as matérias legislativas referentes ao pacote de ajuste fiscal do governo, altera as regras de pensão por morte e auxílio doença, impondo carências e tempo de recebimento conforme a faixa de idade do beneficiário (enquanto a 665, atualmente no Senado, altera regras referentes a seguro-desemprego e abono salarial).
Larga margem
Pouco tempo antes da votação da emenda sobre o fator previdenciário, o governo tinha comemorado a aprovação do texto base da MP 664 com uma larga margem de votos. A regra 85/95, que com a emenda poderá ser usada em substituição ao fator previdenciário, prevê que a mulher poderá se aposentar quando a soma de sua idade aos 30 anos de contribuição for de 85 e, no caso do homem, a soma da idade a 35 anos de contribuição somar 95.
Por essa regra, a aposentadoria passa a ser integral em relação ao salário de contribuição, sendo que, para os professores, haverá diminuição de 10 anos nesses totais.
O fator previdenciário, criado no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, reduz o valor do benefício de quem se aposenta por tempo de contribuição antes de atingir 65 anos, nos casos de homens, ou 60, para as mulheres (o tempo mínimo de contribuição para aposentadoria é de 35 anos para homens e de 30 para mulheres).
A medida foi considerada, na época, uma alternativa para ajudar a conter o déficit da Previdência Social e equilibrar as contas públicas, mas ao longo dos anos tem sido criticada por centrais sindicais.
A votação de ontem, no entanto, contou com uma situação inusitada, por ter tido, como os maiores defensores do fim do fator os deputados do PSDB – partido que criou esse instrumento – e mesmo em meio a declarações feitas por FHC de defesa do ajuste fiscal e do fator previdenciário.
“Eles estão mostrando o quanto são oportunistas e não ligam para os trabalhadores nem para as contas da previdência. O que está valendo para esse pessoal que está aqui é apenas derrotar o governo e fazer um discurso demagógico”, reclamou do plenário o líder do PSC, deputado Sílvio Costa (PE), em relação aos oposicionistas. Mas a aprovação da emenda contou, também, com votos da base aliada.
Antes da votação, o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), pediu aos partidos da base para seguir o compromisso assumido, por meio de negociações com o vice-presidente Michel Temer, de deixar o assunto para ser tratado em 180 dias por meio do fórum multissetorial criado no início de maio – e que reúne representantes das centrais sindicais, Executivo e Legislativo.
Horas antes, Guimarães também tinha ponderado aos colegas que votar medidas semelhantes seria o mesmo que “ajudar a Previdência a quebrar em poucos anos”.
Já o autor da emenda, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) defendeu seu teor por significar um avanço para o fim do fator. “O fator previdenciário reduz em 40% a aposentadoria dos trabalhadores e tem de acabar porque é uma grande injustiça”, afirmou. A aprovação da emenda teve 232 votos favoráveis e 210 contrários, com duas abstenções.
Auxílio-doença
A segunda emenda, retirou do texto da MP o item que determina que o pagamento do auxílio-doença deverá ser bancado pelas empresas durante 30 dias. Pelas regras de hoje, este pagamento é dividido com o governo que paga os primeiros 15 dias, deixando os demais 15 dias para as empresas. Muitos deputados enfatizaram que, mudar a regra, significaria “colocar os trabalhadores totalmente nas mãos dos empresários nos casos de doença”. A emenda foi aprovada por 229 votos favoráveis contra 220 contrários.
“Algumas microempresas não suportariam essa mudança e entrariam em processo falimentar”, disse o deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA). “É uma falácia o governo dizer que quem quer diminuir o tempo de auxílio-doença pela empresa defende a empresa contra o trabalhador”, acrescentou Edmar Arruda (PSC-PR).
José Guimarães (PT-CE), afirmou que a Medida Provisória do Imposto de Renda (670/15) trará uma mudança para o pagamento do auxílio-doença para a pequena e média empresa. Essas empresas terão de arcar com 20 dias do auxílio-doença em relação aos 30 dias que estavam previstos na MP 664/14. “Nenhum pequeno e médio empresário do Brasil, por essa medida, será prejudicado”, explicou.
Com o resultado, o plenário da Câmara prossegue nesta quinta-feira (14) a votação das 12 emendas que faltam em clima de expectativa e o governo, em estado de alerta. Porque já se sabe que, desta vez, a votação das emendas está sendo um páreo duro entre os que apoiam e os que criticam o ajuste fiscal – e porque muitos deputados que se posicionaram favoráveis ao teor da medida, já mostraram que a apoiam, mas não integralmente.
Fonte: redebrasilatual.com.br

terça-feira, 26 de maio de 2015

França debate o acompanhamento sexual a pessoas com deficiência

 
Cena do filme "As Sessões", de Ben Lewin, no qual Holly Hunt vive Cheryl, a acompanhante sexual de Mark, portador de deficiência física interpretado por John Hawkes.
Cena do filme "As Sessões", de Ben Lewin, no qual Holly Hunt vive Cheryl, a acompanhante sexual de Mark, portador de deficiência física interpretado por John Hawkes.
Divulgação
Daniella Franco
Com o recente lançamento do livro "En Dépit du Bon Sens" (em português, "Apesar do Bom Senso"), autobiografia de Marcel Nuss, célebre militante pelos direitos das pessoas com deficiência, a França voltou a falar sobre a assistência sexual a pessoas com necessidades especiais. A atividade, que já foi adotada em alguns países europeus, é proibida na França porque é considerada uma forma de prostituição.
Marcel Nuss sofre de amiotrofia espinhal, uma doença degenerativa, que compromete gravemente o sistema respiratório e atrofia os músculos. Em seu novo livro, o militante descreve seus sessenta anos de luta, de maus tratos médicos e administrativos. Também denuncia a incompetência de políticos no tratamento de questões relacionadas aos direitos e ao bem-estar das pessoas com deficiência física na França.
Na obra, Nuss também fala da criação da Associação Para a Promoção do Acompanhamento Sexual (Appas), na cidade de Erstein, no nordeste da França. "A assistência que propomos tem o objetivo de ajudar as pessoas com deficiência a desenvolver sua autoestima e sua confiança. Isso permite que elas descubram seus próprios corpos", disse, em entrevista à RFI.
A ideia divide os franceses, encontra resistência de muitas organizações e fica estagnada no âmbito político. Entrevistada pelo jornal Libération, a presidente da associação Femmes pour le Dire, Maudy Piot, que milita pelos direitos das mulheres, classifica o trabalho dos acompanhantes sexuais de pessoas com deficiência física como um "comércio do corpo". "Uma prestação sexual com hora e dias marcados! Onde está o desejo? Onde está o amor?", questiona.
O governo francês lava as mãos quando a questão vem à tona. Em 2011, o deputado do partido UMP Jean-François Chossy apresentou na Assembleia francesa um relatório onde ressalta a necessidade "de todas as pessoas receberem a assistência humana necessária para a expressão de sua sexualidade" e onde faz um apelo por um debate ético e jurídico sobre a questão. Em 2012, o presidente François Hollande prometeu promover um debate sobre o acompanhamento sexual a pessoas com necessidades especiais na sociedade francesa. Em 2013, o Comitê Consultativo de Ética francês se pronunciou sobre a questão se manifestando sobre o "princípio da não utilização comercial do corpo humano". Desde então, a discussão está estagnada.
Atividade é reconhecida em sete países europeus, EUA e Israel
A assistência sexual já é uma realidade em Israel e nos Estados Unidos, onde o debate sobre a atividade também é intenso. Em 2012, o longa The Sessions (As Sessões), do diretor Ben Lewin, contribuiu para popularizar a prática no país. Na Europa, a atividade é reconhecida na Alemanha, Holanda, Dinamarca, Suíça, Áustria, Itália e Espanha.


Embora ilegal, o acompanhamento sexual não deixa de acontecer na França. Várias associações francesas relatam receber pedidos frequentes de pessoas com deficiência física que procuram acompanhantes sexuais. Em muitas organizações, os contatos dos acompanhantes são colocados à disposição dos interessados.
O trabalho e a militância dos assistentes ajudam a desmistificar a atividade. Em vídeos publicados na internet, Jill Prêvôt-Nuss, assistente sexual da Appas e esposa de Marcel Nuss, define o acompanhamento sexual como uma forma de terapia corporal e psicológica que não pode ser banalizada. "As pessoas com deficiência são geralmente tocadas todos os dias por dezenas de mãos para serem vestidas, lavadas, carregadas, alimentadas, mas nunca acariciadas sexualmente. A sexualidade é um direito fundamental que diz respeito à saúde e a liberdade de cada um", defende.
Com base no interesse crescente e desafiando a justiça francesa, a Appas promoveu, em março, a primeira formação de assistentes sexuais no país em Erstein, perto de Estrasburgo, no nordeste da França. O evento quase foi cancelado de última hora, depois que a direção do hotel onde seria realizado alegou temer ser processada por proxenetismo. Mas uma decisão do tribunal de Estrasburgo obrigou o estabelecimento a acolher o evento por considerá-lo como uma "formação pela educação sexual geral".
"O que defendemos é um direito fundamental à vida afetiva e sexual para as pessoas com deficiência. E sobretudo feito por pessoas e para pessoas que fazem essa escolha livremente. É preciso que todos entendam bem isso", explica Jérémy Kolbecher, um dos administradores da Appas.
No Brasil, ainda é tabu
Mas, em muitos países, como o Brasil, a assistência sexual não é nem mesmo conhecida. A sexualidade das pessoas com deficiência física, para os brasileiros, ainda é tabu, explica a jornalista e consultora em inclusão e diversidade, Leandra Migotto Certeza. "Há essa ideia de que as pessoas com deficiência são assexuadas. A questão é pouco discutida mesmo no meio acadêmico e entre os militantes", observa.
Leandra ressalta que o pior preconceito é o que acontece dentro das famílias das pessoas com deficiência. "É preciso que todos estejam cientes que a sexualidade não deixa de existir porque você a pessoa tem uma deficiência. Mesmo estando em uma cadeira de rodas ou com tetraplegia, as pessoas têm desejo sexual", ressalta.
O psicólogo, fundador do blog Inclusão Diferente e autor do livro Sexualidade e Deficiência, Damião Marcos, conta que muitas famílias resolvem a questão da experiência sexual de parentes com deficiência de forma inapropriada. "Alguns familiares levam seus filhos ou filhas para prostíbulos. Como no Brasil não existe esse acompanhamento sexual para as pessoas com deficiência, as famílias que entendem essa necessidade não têm outra saída", conta.
Fantasias Caleidoscópicas
Pensando nesse vácuo sobre a sexualidade das pessoas com deficiência no Brasil, Leandra criou, em parceria com a fotógrafa Vera Albuquerque, o projeto Fantasias Caleidoscópicas, um ensaio fotográfico sensual de pessoas com deficiência física. "O objetivo é desmistificar o tabu da sexualidade da pessoa com deficiência e também de mostrar a realidade dessa beleza e dessa estética."

A jornalista e consultora em inclusão e diversidade, Leandra Migotto Certeza, idealizadora do projeto Fantasias Caleidoscópicas, ensaio fotográfico que tem objetivo de desmistificar o tabu da sexualidade de pessoas com deficiência.
Vera Albuquerque/Fantasias Caleidoscópicas

As fotos são expostas com os relatos dos modelos: homens, mulheres e casais hétero e homossexuais. Além disso, o projeto também conta com um documentário e oficinas educativas interativas sobre saúde sexual.
Fantasias Caleidoscópicas foi premiado no 6º Congresso Internacional "Prazeres Dês-Organizados – Corpos, Direitos e Culturas em Transformação”, em Lima, no Peru, em junho de 2007. Leandra e Vera trabalham agora na sequência do projeto e buscam patrocínio para a realização dele.
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Apenas 357 mil das 45 milhões de pessoas com deficiência têm trabalho formal no Brasil

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Edson do Rosário e Gabrielle Carvalho
Setor de serviços e indústria de transformação são os maiores empregadores desse tipo de mão de obra.
Num mercado de trabalho tão competitivo como o dos dias atuais, conseguir uma colocação não é fácil. Além do Ensino Superior, o conhecimento de outros idiomas é essencial. Para realizar o sonho de fazer o que gosta, Gabrielle Silva Carvalho, de 33 anos, que nasceu com paralisia cerebral, correu atrás de seus objetivos. Deixou a casa da família em Jandira, na Grande São Paulo, e morou no campus universitário de uma das maiores instituições de ensino do país para concluir os estudos. Hoje é formada em biblioteconomia pela USP e trabalha no Memorial da Inclusão, na Barra Funda, Zona Oeste da capital paulista. ‘Mesmo com as dificuldades, é preciso viver e aproveitar a vida, não utilizando a deficiência como desculpa.’
O otimismo de Gabrielle é exceção entre as pessoas com algum tipo de deficiência. O Brasil tem 45 milhões de pessoas com alguma restrição, mas apenas 357 mil trabalham formalmente. O setor de serviços e a indústria de transformação são os maiores empregadores desse tipo de mão de obra.
Para Gabrielle, a maioria das empresas ainda olha para a deficiência de cada um e não para a qualificação profissional na hora de contratar um funcionário. ‘Muita empresas só querem preencher as vagas.’
No Brasil, a Lei de Cotas para Deficientes prevê que toda empresa com cem ou mais funcionários deve destinar de 2% a 5% dos postos de trabalho a pessoas com alguma deficiência. Na Zona Sul de São Paulo, uma ONG luta para que a norma seja cumprida. Fomos conhecer em Santo Amaro, o Nurap (Aprendizagem Profissional e Assistência Social). Há mais de 27 anos, são oferecidos cursos de capacitação. A entidade funciona como uma ponte entre essas pessoas e as empresas. A gerente de inclusão, Rosemeire Andrade, ressalta que o mercado de trabalho é ainda mais difícil para quem tem alguma restrição. ‘Ainda falta muito. As empresas querem apenas cumprir a Lei de Cotas.’
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, os homens ocupam 65% das vagas destinadas a pessoas com alguma deficiência, enquanto as mulheres preenchem o restante. Os dados de Instrução do governo federal revelam que o Ensino Médio completo concentra o maior número de vínculos empregatícios.
O revisor de livros em braile Edson Pereira do Rosário, de 35 anos, perdeu totalmente a visão aos 12, depois de sofrer complicações com a retina do olho direito e desenvolver glaucoma. De origem humilde, ele serviu de exemplo para a família ao fazer o magistério no ensino médio e concluir a faculdade de pedagogia.
A superação de Edson é percebida em cada passo que ele avança diariamente. Agora, faz planos para iniciar uma especialização em educação especial e fazer um curso de inglês ou espanhol.
Mas, seguir exemplos como os de Edson, deficiente visual, e de Gabriele, que é cadeirante, não é fácil. A instrutora de orientação e mobilidade do Instituto Dorina Nowill para cegos, Carolina Canavezzi, enfatiza a necessidade dessas pessoas assumirem suas limitações para lutarem por seus direitos.
Um levantamento da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência mostrou que, no estado de São Paulo, os crimes contra a liberdade individual, como ameaças e constrangimento ilegal, são os mais comuns. Desde junho do ano passado, uma delegacia especializada atende esse público, sendo que até abril foram registrados 11 mil casos de violência. A unidade está localizada na Rua Brigadeiro Tobias, número 527, no Centro da capital paulista. De acordo com o secretário adjunto Cid Torquato, o local oferece atendimento especializado para atender a demanda. ‘A ideia é que essa delegacia sirva de exemplo para as demais.’
Atualmente, se uma pessoa precisa da elaboração de um boletim de ocorrência em braile ou de um intérprete da Língua Brasileira de Sinais, conhecida por Libras, as delegacias do estado de São Paulo podem solicitar um profissional na Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência.

Fonte: cbn.globoradio.globo.com

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Jovem deficiente supera paralisia cerebral e passa no concurso da ANTT

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Contrariando o diagnóstico de paralisia cerebral que comprometeu a fala e o movimento dos braços e pernas desde o nascimento, Carlos Henrique Silva ultrapassou as expectativas e hoje é o mais novo técnico administrativo da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Sem danos cognitivos, aos 23 anos ele foi aprovado no último concurso da autarquia dentro da cota para deficientes.
Apesar de pertencer a uma família humilde, em que sete irmãos dependiam de um salário mínimo para viver, Carlos não desanimou e estudou sempre. Após terminar o Ensino Médio aos 17 anos, ele passou a conciliar o curso tecnólogo de gestão ambiental e os estudos para concurso público. “Eu tinha conseguido a minha primeira aprovação no TRT da 10ª Região – onde ainda estou no cadastro reserva, mas sem expectativa de ser convocado -, além de ter feito outras provas e quase ter passado. Foi quando saiu o edital da ANTT e vi que dominava o conteúdo da prova. Restavam apenas três semanas para aprender as matérias específicas, e, para completar o edital, gastei seis horas por dia estudando videoaulas”, calcula.
Carlos conta que a prova para deficientes é igual à aplicada aos demais candidatos, com o diferencial de que para ele os testes são sempre orais. “Faço concurso desde os 17 anos, e no começo ficava acanhado de falar em frente a duas ou até cinco pessoas estranhas, principalmente quando tinha redação. Mas, com o tempo, percebi que os próprios aplicadores ficavam às vezes mais nervosos que eu. Foi aí que entendi que transmitir segurança e quebrar o gelo puxando algum assunto variado faz com que os testes sejam mais tranquilos. Foi uma grande experiência, pois aprendi que somos nós que ditamos o ritmo da situação”, constata o servidor, que solicitou o trabalho de um transcritor de gabarito e um ledor de prova para passar na ANTT.
Apesar da confiança, ele afirma que existe preconceito com quem utiliza o sistema de cotas, pois muitos pensam que o concurso é mais fácil. “Tanto na lista geral como nas cotas, os concursos estão cada vez mais concorridos. O problema é que a caminhada para o deficiente é muito mais árdua, desde a inclusão na escola regular até a utilização do transporte público. Os desafios estão em todas etapas, por toda cidade. A cota serve para minimizar essa desigualdade”, acredita. Apesar da aprovação, ele teve que esperar a convocação de 20 candidatos da lista geral para ser nomeado, como estabelece o edital do concurso.
Porém, Carlos garante que a discriminação só existe da porta para fora da ANTT. “Sempre tive a sensação de que é muito mais fácil um deficiente sofrer preconceito na rua, do que quando usa um crachá de servidor público. Infelizmente isso acontece, depois de passar em um concurso a galera tem mais respeito. Por isso eu não esperava ser tão bem recepcionado. Mas em pouco tempo de convívio, tanto eu quanto o pessoal do meu setor entendemos que essa diferença existe para somar e que todos sairíamos ganhando. Estou muito à vontade”, comemora.
A chegada de um deficiente físico também foi uma novidade para os colegas de trabalho. Segundo Cleber Dias, chefe do setor, a primeira reação foi bastante positiva, pois os servidores já demonstraram preocupação em identificar as necessidades dele para antecipar as providências. “Hoje, ele pode contar com o apoio de todos, inclusive para eventuais deslocamentos dentro do prédio. No mais, ele tem contribuído para execução das atividades da área de capacitações dos servidores com muita disposição e compromisso, é mesmo um exemplo de dedicação para todos”.
O trabalho de Carlos é feito basicamente no computador, máquina que já estava acostumado a manusear. Mas, de acordo com a terapeuta ocupacional Luciana Rodrigues, após uma avaliação completa foi necessário fazer alguns ajustes – como a criação de atalhos para facilitar a digitação, além de adaptações estruturais, como uma modificação na porta da sala e o reposicionamento da saboneteira no banheiro. “O objetivo é fazer com que ele se sinta independente para circular quando quiser no ambiente de trabalho, como qualquer servidor. O Carlos me comoveu pela força de vontade, de empenho em estudar, que não é comum. E ele tem potencial de reabilitação, com ajuda pode melhorar os movimentos e a fala”, avalia a profissional.
Ajuda
Para chegar ao trabalho, Carlos precisa acordar às quatro horas da manhã todos os dias. Morador de Brazlândia, cidade a cerca de 50 km da capital, ele depende do transporte público para ir e voltar do Setor de Clubes Sul, onde fica a autarquia. Dessa maneira, pega quatro ônibus e leva aproximadamente quatro horas por dia nesse deslocamento. O trajeto já é complicado para quem consegue andar com as próprias pernas, mas Carlos, além de deficiente físico, também não tem cadeira elétrica.
Para tentar resolver o problema, ele já encaminhou pedido do aparelho a Secretaria de Saúde do DF, mas existe uma lista de espera de mais ou menos seis meses e, até lá, aceita doações.
A guardiã do servidor é dona Letícia, mãe de Carlos, que conduz a cadeira de rodas todos os dias. Quando começa o expediente, ela aguarda do lado de fora da sala durante quatro horas até ele ser dispensado – o horário de Carlos é reduzido devido à deficiência. Mulher de poucas palavras, ele diz que ficou muito feliz com a aprovação do filho, “um orgulho só”.
Para além dos obstáculos físicos, Carlos não desanima e também luta contra o estereótipo de comodidade do funcionalismo público. “Eu vi no concurso público algo que adoro, ser responsável pelo meu futuro. Depois da escola, eu sabia que teria que continuar vencendo desafios, continuar estudando. Isso sem dúvida me ajudaria a crescer, em todos os sentidos. Quando eu soube da aprovação, poderia escolher descansar, mas vou deixar para quando passar em um concurso de nível superior. A meta agora é o Senado Federal”.
Fonte: Correio Braziliense

domingo, 24 de maio de 2015

Bengala smart ajuda deficientes visuais a reconhecerem rostos e lugares

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Um acessório inteligente promete ajudar deficientes visuais a se locomoverem e identificar amigos e família com facilidade. Desenvolvidos por alunos da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, a bengala smart chamada “XploR” usa diversas tecnologias comuns a smartphones, mas adaptadas às necessidades destas pessoas.
O sistema de reconhecimento usa um cartão SD embutido no acessório para armazenar imagens que são usadas como referência. A detecção de pessoas tem alcance de até 10m e a bengala vibra quando um conhecido é encontrado. Além disso, ela possui um GPS embutido para ajudar na locomoção.
A bengala foi criada pelos alunos Steve Adigbo, Waheed Rafiq e Richard Howlett. Um dos recursos que eles planejam adicionar ao acessório é um sistema de navegação automático, que vai transmitir a informação relevante para um fone de ouvido através de conexão bluetooth.
Para construir o equipamento, eles pesquisaram quais recursos seriam úteis para os deficientes, incluindo qual seria o peso ideal e como fazer para que os recursos sejam fáceis de usar. A equipe já apresentou o protótipo da bengala para médicos e cientistas em diversos países, como França e Luxemburgo. Mas como a bengala ainda está em fase de desenvolvimentos, não há expectativa de quando ela chegará ao mercado, tampouco do preço que será cobrado.
Fonte: techtudo.com.br

sábado, 23 de maio de 2015

Projeto estabelece regime especial de aposentadoria aos deficientes

Durante sessão ordinária, foi lido o projeto de lei que regulamenta a aposentadoria para os servidores com deficiência, estabelecendo novas regras para a consecução do benefício indicando para um regime especial, tendo em vista que a maioria dos trabalhadores só pode impetrar o processo após 30 anos de contribuição.
Agora, a proposição segue para análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde será avaliada a sua legitimidade, neste âmbito, o proponente da matéria, o deputado Aluísio Martins (PT), pediu o apoio dos parlamentares e defendeu a aprovação.
“Em relação aos servidores com deficiência é um regime próprio, logo não se pode aceitar o regime geral da Previdência Social, e já existe uma lei federal que trata acerca do empregado particular, o servidor público é diferente, buscamos basicamente reduzir o tempo de contribuição, por exemplo, o empregador de forma geral são 35 anos, a pessoa com
deficiência passa para 25 e isso vai sendo escalonado de acordo com o grau de deficiência, o tipo, então o objetivo maior é justamente fazer com que a pessoa com deficiência tenha um tempo diferenciado de contribuição”, explicou em entrevista ao Jornal Meio Norte.
O parlamentar relatou que o tratamento deve ser diferenciado, embasando-se em estudos e pesquisas que comprovam a necessidade do ajuste no processo da aposentadoria para esses servidores, indicando ainda que a matéria não deve encontrar dificuldades para ser aprovada na Casa Legislativa.
“Ele trata de estudos que já foram feitos por especialistas, esse projeto em alguns Estados já existe também, no âmbito federal está tramitando um projeto parecido, mas em relação ao servidor público federal, então quero dizer que se trata de um projeto que não tem só embasamento jurídico, mas científica, é razoável”, complementou.
Fonte: meionorte.com

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Escola técnica do Rio cria inovações para facilitar a vida de deficientes físicos

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Uma cadeira de rodas motorizada, que obedece a comando de voz, um boné, que faz o cinto vibrar para alertar pessoas com deficiência visual sobre obstáculos na altura da cabeça. Ideias pensadas e desenvolvidas por estudantes do curso técnico de Automação Industrial do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet) de Maria da Graça, na zona Norte, do Rio de Janeiro.
O professor, Leandro Marques Samyn, explica que o objetivo principal do projeto é fazer com que os conteúdos ensinados durante o curso sejam aplicados na prática. Confira o vídeo:
Fonte: ebc.com.br

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Cadeirante Chegando Em Garotas


É comum as pessoas acharem que por ser cadeirante ninguém poderá se interessar por ela... Grande erro!
O que acontece, de fato, é que de tanto que pensam assim de sí próprios, começam a se isolar, a desviar o olhar quando alguém está olhando pra ela(e), não puxam conversa com ninguém e assim, evitam qualquer tipo de aproximação com os outros.
Pra provar que a confiança faz toda a diferença nesse caso, dois amigos da faculdade, Abud Sadek e Luiz Desiró, tiveram a ideia de fazer um vídeo que abordassem a questão da conquista com cadeirantes e assim fizeram.


"Qualquer pessoa pode conquistar alguém tendo confiança, o mesmo serve para conseguir seus objetivos. Essa é a mensagem que os rapazes do AbudTv querem passar no vídeo.", diz Luiz Desiró.

Assista o vídeo:


Se inscrevam no canal: https://goo.gl/JCCZ07

Professora sem braços aposentada iraniana ensina alunos a pintar e escrever com os pés

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A iraniana Zohreh Etezadossaltaneh nasceu sem braços, mas isso não a impediu de exercer muitas atividades, da pintura ao tênis de mesa. Aos 52 anos, esta professora aposentada de Teerã tem se dedicado a ajudar os outros com deficiências similares a viver uma vida plena e satisfatória.
“Cada organismo pode ter algumas limitações e deficiências. Mas, se você tem uma alma pura e elevada, o corpo não importa”, diz Etezadossaltaneh.

Quando criança, ela recebeu a educação primária em uma escola especial para crianças com deficiência. Depois Etezadossaltaneh se mudou para o sistema de ensino iraniano regular, fez faculdade e se formou em psicologia.
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Agora, ela trabalha com jovens com deficiências similares. Um de seus alunos é Roohollah Jafar, de 9 anos, que perdeu as duas mãos em um acidente e agora está aprendendo com Etezadossaltaneh a pintar e escrever usando os pés.
A aula para o menino começa com Etezadossaltaneh usando seus próprios pés para massagear os pés de Jafar e orienta-lo sobre a forma de manter e controlar uma caneta entre os dedos.
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Com os pés, Etezadossaltaneh consegue segurar uma raquete de pingue-pongue ou um pincel. Ela já participou de exposições de artes e vendeu até almas de suas obras. “Ela trabalha tão facilmente que eu totalmente esquecido que ela pinta com os pés”, disse o instrutor de pintura Parisa Samavatian.
Quando ao tênis de mesa, a ex-professora diz que leva muito a sério. “Quero representar o meu país em competições no exterior.
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Fonte: G1

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Deficientes visuais superam dificuldades para jogar videogame

  • A perda total da visão não impede o jovem Ian, 14, de ser muito bom em "Street Fighter"
    A perda total da visão não impede o jovem Ian, 14, de ser muito bom em "Street Fighter"
Ao longo de seus 14 anos de vida, Ian Souto Izidoro nunca enxergou. Apesar de ter passado por mais de uma cirurgia, o jovem ainda lida com a perda total de visão causada por um problema congênito. Mas isso não o impede de acabar com os rivais nas lutas de "Street Fighter".
"Videogame é minha diversão principal", conta, enquanto desfere combos complicados com grande precisão. Antes mesmo da barra de vida do oponente esvaziar, ele já proclama que venceu. "O golpe faz um barulho um pouco diferente quando é o final", garante.
Guiando-se pelos sons, Ian é capaz de saber contra que personagem ele está lutando e se está conseguindo acertar seus ataques. Além de "Street Fighter", ele também se aventura em outros games de combate como "Injustice" e "UFC".
"Tem gente que vem jogar com ele e subestima, e no fim acaba perdendo. Se ele escolhe o Zangief no 'Street Fighter', por exemplo, ele raramente perde", diz o pai de Ian, Luiz Izidoro, 48. "Eles perguntam 'Como ele consegue?', e realmente não dá para explicar".
  • Ian consegue jogar bem em "Injustice" porque a ação se dá no plano bidimensional
Gamer desde criança
Na verdade, explicar a paixão do Ian por games é tarefa fácil para quem observa a relação do jovem com o pai. "Quando ele era bem pequeno, compramos uma revista que vinha com um jogo chamado 'Speedy Eggbert'. Era um game muito visual, então ele não tinha muita noção de como jogar", relembra Luiz.
"Mas o jogo permitia que o usuário criasse suas próprias fases. Então eu adaptei o jogo inteiro. Fiz de uma forma que quando ele ouvia o barulho do protagonista chupando um pirulito, ele sabia que tinha que ir para a esquerda. Quando ele bebia o leite, ele sabia que precisava voltar pra direita. Montei fases que ele conseguia seguir pelos sons, e ele chegava ao final".
Ao lado do pai, Ian também tenta a sorte em jogos mais complexos, como "God of War" e "Grand Theft Auto". "Eu chego em uma missão, explico os controles pra ele, e às vezes ele derrota um monstro ou consegue passar de uma parte difícil que eu não consigo", afirma Luiz.
Para ajudar o filho a descobrir também jogos de computador, Luiz instalou em seu PC o DOSVOX, sistema operacional criado na UFRJ que permite a deficientes visuais usarem o computador com a ajuda de sons. E apesar de se divertir com os videogames, é no PC que Ian sente-se mais confortável.
  • Com paciência, é possível adaptar games para que deficientes visuais consigam jogar
Aventuras em texto
Com agilidade impressionante, Ian digita em seu laptop. A tela está apagada, por conta de um problema que Luiz disse que nem pensou em consertar já que o filho não a usa.
Como resposta a cada pressionar de tecla, o computador responde falando a uma velocidade assustadora. Para um ouvinte não treinado, as palavras parecem ruídos ininteligíveis. Mas Ian entende tudo perfeitamente, e até traduz cada comando para que eu consiga acompanhar: "Estou lutando contra um inimigo robô. Meus soldados estão atacando. Acabei de destruir as fazendas hidropônicas dele".
"Arcádia" é um jogo de estratégia tão complicado quanto qualquer "Age of Empires", mas que pode ser aproveitado por deficientes visuais por ser completamente em texto. Quando o computador fala, Ian consegue até mesmo jogar o RPG online "Esferas da Vida" e gerenciar seu time de futebol no "Football Manager".
"Muitos desses jogos são criados pelos próprios deficientes visuais", conta Ian. "Já joguei um que um deficiente de Sorocaba fez, de 'Dragon Ball Z'. Eu queria fazer um meu, mas precisaria saber inglês fluente e saber uma linguagem de programação".
Luiz acredita que, além de servirem como distrações, os games tiveram um impacto positivo na vida do Ian. "Os jogos cobram uma boa dose de estratégia. Isso aguça o raciocínio, a inteligência dele. O raciocínio lógico dele é muito rápido, então por isso ele se adaptou bem com os games - ou vice-versa".
  • Jogos de texto permitem que deficientes visuais tenham experiências complexas
Entrando no jogo
Com 10% da visão em apenas um olho, Jeferson Coutinho, 36, ainda consegue se divertir com games, lembrando-se dos dias da adolescência quando jogava "Street Fighter" no fliperama com os amigos.
"Gosto muito de videogames, mas não é minha principal diversão", afirma. "Brinco com 'Candy Crush' e outros jogos no celular, e no computador jogo games de luta. Mas acabo precisando me guiar muito pelo som".
Já Luis Felipe Marcelino, 19, fica muito próximo da tela para conseguir acompanhar a ação de "Need for Speed" com sua baixa visão. "Gosto muito de tiro, de aventura. Jogava 'Crash Bandicoot' quando era pequeno no PlayStation. Mas preciso colar o rosto na TV, porque de longe não enxergo", relata.
Com diferentes níveis de dificuldade, os deficientes visuais entrevistados ecoam um apelo feito pelo pai do Ian: "Os sites e as produtoras deviam pensar mais nesse público". Apesar de ser uma mídia extremamente visual, os games podem - e são - aproveitados de muitas maneiras até mesmo por quem não consegue enxergar.
Portanto, uma indústria que já começa a se adaptar para abrigar daltônicos poderia, de certa forma, encontrar uma maneira de acolher também pessoas com deficiências visuais mais sérias.

Paratleta adolescente perde prótese e emociona o público ao concluir a prova saltitando

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Gabriel Neris, de 15 anos, com a prótese que se desprendeu durante a prova no Ibirapuera
Nem sempre a história no esporte é marcada por aquele que vence uma prova ou competição. Os momentos de superação e de luta são um capítulo à parte. Uma nova história foi protagonizada no fim de semana pelo rio-pretense Gabriel Neris, 15 anos, durante a prova dos 100 metros do atletismo, no Circuito Paralímpico Caixa, no Ibirapuera, em São Paulo. Quem não se lembra da maratonista suíça Gabrielle Andersen, que cruzou a linha de chegada praticamente se arrastando na Olimpíada de Los Angeles, 20 minutos depois da primeira colocada, em 37º lugar.
Ou do brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima, na maratona dos jogos de Athenas, em 2004. Ele liderava quando foi atacando pelo ex-padre irlandês Cornelius Horan, perdeu dez preciosos segundos, concentração, mas não a gana de correr para ficar com a medalha de bronze. São casos semelhantes ao de Gabriel, que emocionou muita gente em São Paulo. A prótese que substituiu sua perna direita se soltou nos primeiros metros da corrida, a queda foi feia, mas o jovem atleta do Clube Amigos dos Deficientes (CAD/Vetnil/Smel/Novartis) teve a atitude de um verdadeiro campeão.
“Me levantei e pensei que teria de terminar a prova, mesmo que fosse o último a chegar”, disse Gabriel, que saltitou os 85m restantes da prova até a linha de chegada. A comoção geral e lágrimas ofuscaram a chegada do astro paralímpico Alan Fonteles, que é da classe T44, mas dividiu as raias com outros quatro atletas das classes T43 e T42, que só tinha Neris inscrito. “Parecia um comercial de TV, emocionante, todos bateram palmas e vi gente chorando”, disse o treinador Otávio Marques.
O motivo da prótese ter se soltado é simples. Trata-se de uma peça apenas de locomoção e não é usada para a prática esportiva e em competições. “Hoje uma prótese custa R$ 70 mil, dinheiro que daria para comprar dez cadeiras de atletismo ou comprar o material esportivo usado o ano todo pelo CAD”, disse Marques, acreditando que a comoção gerada pelo gesto de Gabriel possa ajudá-lo a ter o material. “Rio Preto tem um empresariado enorme, quem sabe não aparece alguém.”
Hoje, a prótese de Gabriel custa em torno de R$ 18 mil e é repassada a pessoas portadoras de deficiência pela rede Lucy Montoro, através do núcleo de reabilitação municipal. As diferenças estão no material e na articulação do joelho. A que ele usa é feita em alumínio, pesa três quilos e ele tem de usar força do quadril para que tenha o movimento mecânico do joelho. A de competição é feita em fibra de carbono, pesa meio quilo a menos e a alavanca é feita com o próprio peso.
Pratica esportes há 7 anos
Morador de Bady Bassitt, o jovem Gabriel nasceu com uma má formação, tendo o pé colado ao fêmur e sem a articulação. Teve de ser amputado aos dois anos de idade e aprendeu a andar sem o membro inferior. Ativo, sempre gostou de praticar esportes e chegou ao Clube Amigos dos Deficiêntes (CAD/Vetnil/Smel/Novartis) em 2008. Seu grande sonho era jogar futebol de amputados, uma modalidade paralímpica. “Eu disse para ele treinar que a gente definiria a modalidade.
Em 2012 ele começou no atletismo durante os Jogos Escolares”, conta o técnico Otávio Marques. Sete anos depois, Gabriel Neris é uma promessa no atletismo paralímpico. O investimento em uma nova prótese poderia lhe trazer mais benefícios. “Ele tem condições de ser um grande velocista, é magro, está pronto para correr 100m, 200m, 400m”, diz Marques.
E o jovem sonha alto. Se espelha no astro Usain Bolt, o jamaicano mais rápido do mundo. “Com uma prótese melhor seria questão de treino, adaptação, que os resultados viriam”, disse Gabriel, que em São Paulo foi campeão do salto em altura (marcou 1,25m) e vice no salto em distância (2,98m), dez centímetros na frente do seu parceiro de equipe Gregório Maioli Lopes, mas distante de Vinícius Rodrigues, da ADD São Paulo, que ganhou com 4,04m.
Gabriel treina duas vezes por semana com o CAD, na pista do bairro Eldorado, levado por uma van do município. Agora, deve aumentar em um dia o treinamento semanal. Em Bady Bassitt, ele divide seu tempo com a escola e os amigos, numa rotina normal para jovens da sua idade. “Gosto de jogar bola, vídeogame, andar de bike e skate”, finaliza Gabriel.
Fonte: diariodaregiao.com.br