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terça-feira, 10 de novembro de 2009

COMO FALAR SOBRE DEFICIÊNCIA

"COMO FALAR SOBRE DEFICIÊNCIA"


Como falar sobre deficiênciaPara reflexão e informação as considerações abaixo de autoria de Romeu Kazumi Sassaki, consultor de inclusão social.A partir da leitura dessas definições, percebemos que é sempre interessante pensarmos no sentido e significado das palavras que usamos no nosso dia-a-dia e no cotidiano profissional. Afinal, ao se falar de pessoas com deficiência, mesmo sem perceber, pode-se transmitir uma idéia de preconceito através de expressões pejorativas ou então carregadas de eufemismos. E, como a linguagem transmite concepções culturais, sociais, políticas e morais e reflete sua transformação ao longo do tempo, pode ser que daqui a alguns anos vejamos os mesmos termos que julgamos adequados hoje com outros olhos ? e não é que sejam ?certos? ou ?errados?, apenas são mais adequados para expressar modelos e referências de determinadas épocas ou grupos.
Segue o texto, parte do livro Mídia e Deficiência, publicado em 2003:
?A construção de uma verdadeira sociedade inclusiva passa também pelo cuidado com a linguagem. Na linguagem se expressa, voluntariamente ou involuntariamente, o respeito ou a discriminação em relação às pessoas com deficiências.
Com o objetivo de subsidiar o trabalho de jornalistas e profissionais de educação que necessitam falar ou escrever sobre assuntos de pessoas com deficiência no seu dia-a-adia, a seguir são apresentadas 59 palavras ou expressões incorretas acompanhadas de comentários e dos equivalentes termos corretos. Ouvimos e/ou lemos freqüentemente esses termos incorretos em livros, revistas, jornais, programas de televisão e de rádio, apostilas, reuniões, palestras e aulas.
1. adolescente normalDesejando referir-se a um adolescente (uma criança ou um adulto) que não possua uma deficiência, muitas pessoas usam as expressões adolescente normal, criança normal e adulto normal. Isto acontecia muito no passado, quando a desinformação e o preconceito a respeito de pessoas com deficiência eram de tamanha magnitude que a sociedade acreditava na normalidade das pessoas sem deficiência. Esta crença fundamentava- se na idéia de que era anormal a pessoa que tivesse uma deficiência. A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado. TERMO CORRETO: adolescente (criança, adulto) sem deficiência ou, ainda, adolescente (criança, adulto) não-deficiente.
2. aleijado; defeituoso; incapacitado; inválidoEstes termos eram utilizados com freqüência até a década de 80. A partir de 1981, por influência do Ano Internacional das Pessoas Deficientes, começa-se a escrever e falar pela primeira vez a expressão pessoa deficiente. O acréscimo da palavra pessoa, passando o vocábulo deficiente para a função de adjetivo, foi uma grande novidade na época. No início, houve reações de surpresa e espanto diante da palavra pessoa: ?Puxa, os deficientes são pessoas!?? Aos poucos, entrou em uso a expressão pessoa portadora de deficiência, freqüentemente reduzida para portadores de deficiência. Por volta da metade da década de 90, entrou em uso a expressão pessoas com deficiência, que permanece até os dias de hoje. Ver comentários ao item 47.
3.?apesar de deficiente, ele é um ótimo aluno?Na frase acima há um preconceito embutido: ?A pessoa com deficiência não pode ser um ótimo aluno?. FRASE CORRETA: ?ele tem deficiência e é um ótimo aluno?.
4.?aquela criança não é inteligente?Todas as pessoas são inteligentes, segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas. Até o presente, foi comprovada a existência de oito tipos de inteligência (lógico-matemá tica, verbal-lingüística, interpessoal, intrapessoal, musical, naturalista, corporal-cinesté sica e visual-espacial) . FRASE CORRETA: ?aquela criança é menos desenvolvida na inteligência [por ex.] lógico-matemática?.
5. cadeira de rodas elétricaTrata-se de uma cadeira de rodas equipada com um motor. TERMO CORRETO: cadeira de rodas motorizada.
6. ceguinhoO diminutivo ceguinho denota que o cego não é tido como uma pessoa completa. A rigor, diferencia-se entre deficiência visual parcial (baixa visão ou visão subnormal) e cegueira (quando a deficiência visual é total). TERMOS CORRETOS: cego; pessoa cega; pessoa com deficiência visual; deficiente visual.
7. classe normalTERMOS CORRETOS: classe comum; classe regular. No futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra classe sem adjetivá-la. Ver os itens 25 e 51.
8. criança excepcionalTERMO CORRETO: criança com deficiência mental. Excepcionais foi o termo utilizado nas décadas de 50, 60 e 70 para designar pessoas deficientes mentais. Com o surgimento de estudos e práticas educacionais na área de altas habilidades ou talentos extraordinários nas décadas de 80 e 90, o termo excepcionais passou a referir-se a pessoas com inteligência lógica-matemática abaixo da média (pessoas com deficiência mental) e a pessoas com inteligências múltiplas acima da média (pessoas superdotadas ou com altas habilidades e gênios).
9. defeituoso físicoDefeituoso, aleijado e inválido são palavras muito antigas e eram utilizadas com freqüência até o final da década de 70. O termo deficiente, quando usado como substantivo (por ex., o deficiente físico), está caindo em desuso. TERMO CORRETO: pessoa com deficiência física.
10. deficiências físicas (como nome genérico englobando todos os tipos de deficiência)TERMO CORRETO: deficiências (como nome genérico, sem especificar o tipo, mas referindo-se a todos os tipos). Alguns profissionais não-pertencentes ao campo da reabilitação acreditam que as deficiências físicas são divididas em motoras, visuais, auditivas e mentais. Para eles, deficientes físicos são todas as pessoas que têm deficiência de qualquer tipo.
11. deficientes físicos (referindo-se a pessoas com qualquer tipo de deficiência)TERMO CORRETO: pessoas com deficiência (sem especificar o tipo de deficiência). Ver comentário do item 10.12. deficiência mental leve, moderada, severa, profundaTERMO CORRETO: deficiência mental (sem especificar nível de comprometimento) . A nova classificação da deficiência mental, baseada no conceito publicado em 1992 pela Associação Americana de Deficiência Mental, considera a deficiência mental não mais como um traço absoluto da pessoa que a tem e sim como um atributo que interage com o seu meio ambiente físico e humano, que por sua vez deve adaptar-se às necessidades especiais dessa pessoa, provendo-lhe o apoio intermitente, limitado, extensivo ou permanente de que ela necessita para funcionar em 10 áreas de habilidades adaptativas: comunicação, autocuidado, habilidades sociais, vida familiar, uso comunitário, autonomia, saúde e segurança, funcionalidade acadêmica, lazer e trabalho.
13. deficiente mental (referindo-se à pessoa com transtorno mental)TERMOS CORRETOS: pessoa com doença mental, pessoa com transtorno mental, paciente psiquiátrico.
14. doente mental (referindo-se à pessoa com déficit intelectual)TERMOS CORRETOS: pessoa com deficiência mental, pessoa deficiente mental. O termo deficiente, quando usado como substantivo (por ex.: o deficiente físico, o deficiente mental), tende a desaparecer, exceto em títulos de matérias jornalísticas.
15. ?ela é cega mas mora sozinha?Na frase acima há um preconceito embutido: ?Todo cego não é capaz de morar sozinho?. FRASE CORRETA: ?ela é cega e mora sozinha?.
16. ?ela é retardada mental mas é uma atleta excepcional?Na frase acima há um preconceito embutido: ?Toda pessoa com deficiência mental não tem capacidade para ser atleta?. FRASE CORRETA: ?ela tem deficiência mental e se destaca como atleta?.
17. ?ela é surda [ou cega] mas não é retardada mental?A frase acima contém um preconceito: ?Todo surdo ou cego tem retardo mental?. Retardada mental, retardamento mental e retardo mental são termos do passado. FRASE CORRETA: ?ela é surda [ou cega] e não tem deficiência mental?.
18. ?ela foi vítima de paralisia infantil?.A poliomielite já ocorreu nesta pessoa (por ex., ?ela teve pólio?). Enquanto a pessoa estiver viva, ela tem seqüela de poliomielite. A palavra vítima provoca sentimento de piedade. FRASE CORRETA: ?ela teve [flexão no passado] paralisia infantil? e/ou ?ela tem [flexão no presente] seqüela de paralisia infantil?.
19. ?ela teve paralisia cerebral? (referindo-se a uma pessoa no presente)A paralisa cerebral permanece com a pessoa por toda a vida. FRASE CORRETA: ela tem paralisia cerebral.20. ?ele atravessou a fronteira da normalidade quando sofreu um acidente de carro e ficou deficiente?A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável. A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade. FRASE CORRETA: ?ele teve um acidente de carro que o deixou com uma deficiência?.
21. ?ela foi vítima da pólio?A palavra vítima provoca sentimento de piedade. TERMOS CORRETOS: poliomielite; paralisia infantil e pólio. FC: ela teve pólio.
22. ?ele é surdo-cego?GRAFIA CORRETA: ?ele é surdocego?. Também podemos dizer ou escrever: ?ele tem surdocegueira? Ver o item 55.23. ?ele manca com bengala nas axilas?FRASE CORRETA: ?ele anda com muletas axilares?. No contexto coloquial, é correto o uso do termo muletante para se referir a uma pessoa que anda apoiada em muletas.24. ?ela sofre de paraplegia? [ou de paralisia cerebral ou de seqüela de poliomielite]A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade. FRASE CORRETA: ?ela tem paraplegia? [ou paralisia cerebral ou seqüela de poliomielite] .
25. escola normalNo futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra escola sem adjetivá-la. TERMOS CORRETOS: escola comum; escola regular. Ver o item 7 e 51.
26. ?esta família carrega a cruz de ter um filho deficiente?Nesta frase há um estigma embutido: ?Filho deficiente é um peso morto para a família?. FRASE CORRETA: ?esta família tem um filho com deficiência?.27. ?infelizmente, meu primeiro filho é deficiente; mas o segundo é normal?A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável, ultrapassado. E a palavra infelizmente reflete o que a mãe pensa da deficiência do primeiro filho: ?uma coisa ruim?. FRASE CORRETA: ?tenho dois filhos: o primeiro tem deficiência e o segundo não tem?.
28. intérprete do LIBRASTERMO CORRETO: intérprete da Libras (ou de Libras). Libras é sigla de Língua de Sinais Brasileira. ?Libras é um termo consagrado pela comunidade surda brasileira, e com o qual ela se identifica. Ele é consagrado pela tradição e é extremamente querido por ela. A manutenção deste termo indica nosso profundo respeito para com as tradições deste povo a quem desejamos ajudar e promover, tanto por razões humanitárias quanto de consciência social e cidadania. Entretanto, no índice lingüístico internacional os idiomas naturais de todos os povos do planeta recebem uma sigla de três letras como, por exemplo, ASL (American Sign Language). Então será necessário chegar a uma outra sigla. Tal preocupação ainda não parece ter chegado na esfera do Brasil?, segundo CAPOVILLA (comunicação pessoal).
29. inválido (referindo-se a uma pessoa)A palavra inválido significa sem valor. Assim eram consideradas as pessoas com deficiência desde a Antiguidade até o final da Segunda Guerra Mundial. TERMO CORRETO: pessoa com deficiência.
30. lepra; leproso; doente de lepraTERMOS CORRETOS: hanseníase; pessoa com hanseníase; doente de hanseníase. Prefira o termo a pessoa com hanseníase ao o hanseniano. A lei federal nº 9.010, de 29-3-95, proíbe a utilização do termo lepra e seus derivados, na linguagem empregada nos documentos oficiais. Alguns dos termos derivados e suas respectivas versões oficiais são: leprologia (hansenologia) , leprologista (hansenologista) , leprosário ou leprocômio (hospital de dermatologia) , lepra lepromatosa (hanseníase virchoviana) , lepra tuberculóide (hanseníase tuberculóide) , lepra dimorfa (hanseníase dimorfa), lepromina (antígeno de Mitsuda), lepra indeterminada (hanseníase indeterminada) . A palavra hanseníase deve ser pronunciada com o h mudo [como em haras, haste, harpa]. Mas, pronuncia-se o nome Hansen (do médico e botânico norueguês Armauer Gerhard Hansen) com o h aspirado.31. LIBRAS ? Linguagem Brasileira de SinaisGRAFIA CORRETA: Libras. TERMO CORRETO: Língua Brasileira de Sinais. Trata-se de uma língua e não de uma linguagem. segundo CAPOVILLA [comunicação pessoal], ?Língua de Sinais Brasileira é preferível a Língua Brasileira de Sinais por uma série imensa de razões. Uma das mais importantes é que Língua de Sinais é uma unidade, que se refere a uma modalidade lingüística quiroarticulató ria-visual e não oroarticulató ria-auditiva. Assim, há Língua de Sinais Brasileira. porque é a língua de sinais desenvolvida e empregada pela comunidade surda brasileira. Não existe uma Língua Brasileira, de sinais ou falada?.
32. língua dos sinaisTERMO CORRETO: língua de sinais. Trata-se de uma língua viva e, por isso, novos sinais sempre surgirão. A quantidade total de sinais não pode ser definitiva.33. linguagem de sinaisTERMO CORRETO: língua de sinais. A comunicação sinalizada dos e com os surdos constitui um língua e não uma linguagem. Já a comunicação por gestos, envolvendo ou não pessoas surdas, constitui uma linguagem gestual. Uma outra aplicação do conceito de linguagem se refere ao que as posturas e atitudes humanas comunicam não-verbalmente, conhecido como a linguagem corporal.
34. Louis BraileGRAFIA CORRETA: Louis Braille. O criador do sistema de escrita e impressão para cegos foi o educador francês Louis Braille (1809-1852), que era cego.35. mongolóide; mongolTERMOS CORRETOS: pessoa com síndrome de Down, criança com Down, uma criança Down. As palavras mongol e mongolóide refletem o preconceito racial da comunidade científica do século 19. Em 1959, os franceses descobriram que a síndrome de Down era um acidente genético. O termo Down vem de John Langdon Down, nome do médico inglês que identificou a síndrome em 1866. ?A síndrome de Down é uma das anomalias cromossômicas mais freqüentes encontradas e, apesar disso, continua envolvida em idéias errôneas? Um dos momentos mais importantes no processo de adaptação da família que tem uma criança com síndrome de Down é aquele em que o diagnóstico é comunicado aos pais, pois esse momento pode ter grande influência em sua reação posterior.? (MUSTACCHI, 2000, p. 880).36. mudinhoQuando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. O diminutivo mudinho denota que o surdo não é tido como uma pessoa completa. TERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda; deficiente auditivo; pessoa com deficiência auditiva. Ver o item 56.
37. necessidades educativas especiaisTERMO CORRETO: necessidades educacionais especiais. A palavra educativo significa algo que educa. Ora, necessidades não educam; elas são educacionais, ou seja, concernentes à educação (SASSAKI, 1999). O termo necessidades educacionais especiais foi adotado pelo Conselho Nacional de Educação (Resolução nº 2, de 11-9-01, com base no Parecer nº 17/2001, homologado em 15-8-01).
38. o epiléticoTERMOS CORRETOS: a pessoa com epilepsia, a pessoa que tem epilepsia. Evite fazer a pessoa inteira parecer deficiente.
39. o incapacitadoTERMO CORRETO: a pessoa com deficiência. A palavra incapacitado é muito antiga e era utilizada com freqüência até a década de 80.
40. o paralisado cerebralTERMO CORRETO: a pessoa com paralisia cerebral. Prefira sempre destacar a pessoa em vez de fazer a pessoa inteira parecer deficiente.
41. ?paralisia cerebral é uma doença?FRASE CORRETA: ?paralisia cerebral é uma condição?. Muitas pessoas confundem doença com deficiência.
42. pessoa normalTERMOS CORRETOS: pessoa sem deficiência; pessoa não-deficiente. A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado.43. pessoa presa (confinada, condenada) a uma cadeira de rodasTERMOS CORRETOS: pessoa em cadeira de rodas; pessoa que anda em cadeira de rodas; pessoa que usa uma cadeira de rodas. Os termos presa, confinada e condenada provocam sentimentos de piedade. No contexto coloquial, é correto o uso dos termos cadeirante e chumbado.44. pessoas ditas deficientesTERMO CORRETO: pessoas com deficiência. A palavra ditas, neste caso, funciona como eufemismo para negar ou suavizar a deficiência, o que é preconceituoso.
45. pessoas ditas normaisTERMOS CORRETOS: pessoas sem deficiência; pessoas não-deficientes. Neste caso, o termo ditas é utilizado para contestar a normalidade das pessoas, o que se torna redundante nos dias de hoje.46. pessoa surda-mudaGRAFIA CORRETA: pessoa surda ou, dependendo do caso, pessoa com deficiência auditiva. Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. A rigor, diferencia-se entre deficiência auditiva parcial (quando há resíduo auditivo) e surdez (quando a deficiência auditiva é total). Ver item 57.47. portador de deficiênciaTERMO CORRETO: pessoa com deficiência. No Brasil, tornou-se bastante popular, acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo portador de deficiência (e suas flexões no feminino e no plural). Pessoas com deficiência vêm ponderando que elas não portam deficiência; que a deficiência que elas têm não é como coisas que às vezes portamos e às vezes não portamos (por exemplo, um documento de identidade, um guarda-chuva) . O termo preferido passou a ser pessoa com deficiência. Ver comentários aos itens 2 e 48.
48. PPD?sGRAFIA CORRETA: PPDs. Não se usa apóstrofo para designar o plural de siglas. A mesma regra vale para siglas como ONGs (e não ONG?s). No Brasil, tornou-se bastante popular, acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo pessoas portadoras de deficiência. Hoje, o termo preferido passou a ser pessoas com deficiência, motivando o desuso da sigla PPDs. Ver o item 47.49. quadriplegia; quadriparesiaTERMOS CORRETOS: tetraplegia; tetraparesia. No Brasil, o elemento morfológico tetra tornou-se mais utilizado que o quadri. Ao se referir à pessoa, prefira o termo pessoa com tetraplegia (ou tetraparesia) no lugar de o tetraplégico ou o tetraparético.50. retardo mental, retardamento mentalTERMO CORRETO: deficiência mental. São pejorativos os termos retardado mental, pessoa com retardo mental, portador de retardamento mental etc. Ver comentários ao item 12.51. sala de aula normalTERMO CORRETO: sala de aula comum. Quando todas as escolas forem inclusivas, bastará o termo sala de aula sem adjetivá-lo. Ver os itens 7 e 25.
52. sistema inventado por BraileGRAFIA CORRETA: sistema inventado por Braille. O nome Braille (de Louis Braille, inventor do sistema de escrita e impressão para cegos) se escreve com dois l (éles). Braille nasceu em 1809 e morreu aos 43 anos de idade.
53. sistema BrailleGRAFIA CORRRETA: sistema braile. Conforme MARTINS (1990), grafa-se Braille somente quando se referir ao educador Louis Braille. Por ex.: ?A casa onde Braille passou a infância (?)?. Nos demais casos, devemos grafar: [a] braile (máquina braile, relógio braile, dispositivo eletrônico braile, sistema braile, biblioteca braile etc.) ou [b] em braile (escrita em braile, cardápio em braile, placa metálica em braile, livro em braile, jornal em braile, texto em braile etc.). Ver o item 58.54. ?sofreu um acidente e ficou incapacitado?FRASE CORRETA: ?teve um acidente e ficou deficiente?. A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade.55. surdez-cegueiraGRAFIA CORRETA: surdocegueira. É um dos tipos de deficiência múltipla. Ver o item 22.
56. surdinhoTERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. O diminutivo surdinho denota que o surdo não é tido como uma pessoa completa. Os próprios cegos gostam de ser chamados cegos e os surdos de surdos, embora eles não descartem os termos pessoas cegas e pessoas surdas. Ver o item 36.
57. surdo-mudoGRAFIAS CORRETAS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. A rigor, diferencia-se entre deficiência auditiva parcial (quando há resíduo auditivo) e surdez (quando a deficiência auditiva é total). Evite usar a expressão o deficiente auditivo. Ver o item 46.
58. texto (ou escrita, livro, jornal, cardápio, placa metálica) em BrailleTERMOS CORRETOS: texto em braile; escrita em braile; livro em braile; jornal em braile; cardápio em braile; placa metálica em braile. Ver comentários ao item 53.59. visão sub-normalGRAFIA CORRETA: visão subnormal. TERMO CORRETO: baixa visão. É preferível baixa visão a visão subnormal. A rigor, diferencia-se entre deficiência visual parcial (baixa visão) e cegueira (quando a deficiência visual é total).?
"O conhecimento é como um jardim: se não for cultivado, não pode ser colhido." (Provérbio Africano)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Promotoria confirma discriminação de funcionários do Mateus a crianças especiais e abre investigação

O Ministério Público do Maranhão investiga os motivos pelos quais 12 estudantes com deficiência do Centro de Ensino de Educação Especial Padre João Mohana foram proibidos de entrar na loja dos supermercados Mateus, na Cohama, no último dia 22.
Acompanhados por seus pais e por uma equipe técnica da escola, as crianças tinham ido ao estabelecimento para comprar verduras e legumes, que seriam utilizados em um lanche coletivo a ser promovido pela escola no dia 23 de outubro.
A denúncia foi recebida pelo titular da 1ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de São Luís, Márcio Thadeu Silva Marques, que encaminhou, na última terça-feira, 27, o caso à Promotoria de Justiça de Crimes contra a Criança e o Adolescente.
Antes de encaminhar o caso, Silva Marques solicitou informações sobre o ocorrido à direção da escola, que confirmou a denúncia publicada pelo
blog do jornalista Marco Aurélio D’Eça.
- Nenhum tipo de discriminação é admissível, em especial em relação a pessoas cuja vulnerabilidade decorre da idade ou da deficiência - declara Silva Marques.
Segundo ele, os fatos relatados pela direção da Escola Padre João Mohana ferem o artigo 227 da Constituição Federal, que, entre outros, garante à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, “o direito à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Sem resposta - De acordo com as informações prestadas pela diretora da escola, Marylisses Sousa Pereira, o grupo chegou às 15h do dia 22 de outubro deste ano à loja Cohama dos supermercados Mateus, localizada na Avenida Daniel de La Touche, 73-A, no bairro da Cohama, em São Luís.
Ao tentar entrar no estabelecimento, as crianças, seus pais e o corpo técnico da escola foram impedidos por um funcionário não identificado, sob a alegação de que a empresa não permitia a entrada de caravanas de escolas sem solicitação prévia.
Elas informaram que mesmo depois que esclareceram que a presença das crianças não era simples visita e tinha o intuito de realizar compras como quaisquer clientes, o funcionário continuou impedindo a entrada das crianças, obrigando-os a ficarem expostos ao sol e a uma situação que, além de humilhante, era exaustiva para os estudantes.
- Tratavam-se de crianças com tolerância mínima e que, por seu estado, não poderiam ficar expostos daquela maneira. Mesmo assim, a proibição foi mantida, de forma constrangedora para as crianças, pais e professores ali presentes - relatou no documento encaminhado ao MPMA.
Cerca de 20 minutos após a tentativa frustrada de entrada no estabelecimento, a coordenadora da escola, Raimunda Nonata dos Reis, foi informada pelo funcionário não identificado do supermercado que o gerente de marketing do estabelecimento já havia sido comunicado sobre o fato e que todos deveriam aguardar a chegada do mesmo.
Mais uma vez, a coordenadora esclareceu que o objetivo era comprar mercadorias e não fazer uma visita em grupo.
Passados mais 15 minutos, a coordenadora Raimunda Reis decidiu dividir os integrantes em grupos compostos por um aluno, um pai ou responsável e uma professora para entrar no estabelecimento.
Assim que entrou, uma funcionária do setor de Marketing do supermercado posteriormente identificada como a assistente de Marketing Natália Faria, confrontou a coordenadora e afirmou que “grupos com mais de cinco pessoas provenientes de escolas necessitavam de comunicação prévia ao estabelecimento”.
- Perguntei à funcionária se eu tivesse oito filhos, todos portadores de necessidades especiais, e os pegasse na escola e fosse ao supermercado, ficaríamos impedidos de entrar. Ela não conseguiu responder - relata a coordenadora Raimunda Reis.
O promotor Márcio Tadeu Silva Marques explica que a família e a escola dos estudantes podem ingressar criminalmente na Justiça para responsabilizar o funcionário que barrou a entrada do grupo no estabelecimento. Também cabe uma ação por danos morais coletivos contra a empresa, em função da atitude de seu funcionário.
O caso está sob análise o promotor de Justiça Washington Luiz Maciel Cantanhede, titular da Promotoria de Justiça de Crimes contra a Criança e o Adolescente.
Nota do blog: 1) - O funcionário não identificado é conhecido por Eduardo, um dos gerentes do estabelecimento, segundo informou a terapeuta Denise Cavalcante, que acompanhava o grupo. 2) - Todas as fotos publicadas por este blog foram encaminhadas ao Ministério Público, assim como relatos da terapeuta. 3) - Este blog continua à disposição da direção do Mateus - como sempre esteve, desde o ocorrido - para eventuais contrapontos às acusações, agora confirmadas também pelo MP

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Acessibilidade das Caixas Multibanco em Vila Real

Tentei colocar uma matéria que eu achei sobre os Caixas electrónicos, ela tinha muitas figuras mais quando eu copio e colo aqui na nossa área as fotos não vem por isso irei colocar o link para vcs poderem seguir e desfrutarem da leitura.
Espero que gostem

O que é Acessibilidade


A acessibilidade é tornar as coisas acessíveis para qualquer pessoa com algum tipo de limitação temporária ou permanente. Imagine como seria a vida de pessoas com deficiência se não tivéssemos departamentos responsáveis pela acessibilidade na arquitetura e do urbanismo de nossa cidade, pois em locais onde há escada também deve haver rampa de acesso, o posicionamento de postes, árvores e telefones públicos, deve ser bem pensado para que não causem danos a pessoas com deficiência visual. Quando tratamos de Internet devemos levar em conta que o nosso site será acessado por diversos grupos com algum tipo de deficiência, e não estamos falando só deficiência humana, também devemos pensar em pessoas que acessam o nosso site em computadores antigos, conexões lentas ou com dispositivos móveis, tais como: celulares e PDAs.
Um site com uma boa acessibilidade não precisa levar mais tempo de desenvolvimento do que o comum, basta que tenha como base a usabilidade, os códigos sejam semanticamente corretos, que se faça testes de usabilidade e a acessibilidade durante todo o projeto, se tudo isso for implementado desde o inicio, teremos uma grande chance que ao concluir o projeto, uma grande parte da população navegue sem grandes problemas em nosso site.
No Brasil existem leis que defendem a inclusão digital assim como em Portugal e nos Estados Unidos, essa lei é o Decreto-lei 5296 de 2 de dezembro de 2004 que Regulamenta as Leis n°s 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade
É claro que muitos dos sites do governo não são accessíveis, mas temos uma grande evolução nesse aspecto, alguns bancos como a Caixa Econômica e o HSBC tiveram essa preocupação e adaptaram seus sites para atender uma porção maior da população, o número de
usuários com deficiência é uma porção significativa da população, por isso facilite a vida deles.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

SEMINÁRIO ACESSIBILIDADE NO PATRIMÔNIO HISTÓRICO

ESSE SEMINÁRIO OCORRERÁ NO DIA 19/11/2009 AS 14:00


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Brasília será sede do 2º Encontro Regional para discussão do Estatuto da Pessoa com Deficiência

Nos dias 07 e 08 de outubro Brasília será sede do Encontro Regional do Centro Oeste para discussão dos Projetos de Lei do Estatuto da Pessoa com Deficiência.

Este será o segundo de uma série de Encontros Regionais que objetivam cumprir a Moção 34, aprovada pela plenária da II Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, ocorrida em dezembro de 2008 em Brasília. Em cada encontro, os participantes terão a oportunidade de aprofundar o conhecimento sobre a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, marco constitucional, promulgada mediante o Decreto Legislativo n° 186/2008 e o Decreto n° 6.949/2009. Ao final dos cinco encontros terão sido elaborados subsídios para a proposta de um substitutivo aos PL que será apresentado ao Congresso Nacional.

O Encontro Regional do Centro Oeste será realizado nos dias 07 e 08 de outubro, no auditório Petrônio Portella, no Senado Federal, em Brasília. A abertura será às 09:00 horas.


Fonte: Secretaria Executiva do Conade

domingo, 4 de outubro de 2009

Comentem

Oi boa noite a todos (as)
Meu nome é Alex Pereira
Sou o administrador desse blog e gostaria de pedir a vcs que acessam o nosso blog eu digo o nosso porque sem vcs para lerem não adiantaria nada coloca-lo no ar por isso que é nosso, que vcs deixassem comentarios, qualquer tipo de comentario não ficarei zangado se vcs forem mais forte no comentario pelo contrario isso me dara mais força para continuar e também deixem links ou assuntos que vcs queram ver sobre a acessibilidade que é a nossa luta, uma luta diaria e desigual quem passa por isso sabe o que eu to falando.
É isso ae muito obrigado a todos (as), e um grande abraço.
Alex Pereira

Deficiência física

Deficiência física
Qua, 08 de Outubro de 2008 00:09
SE A PESSOA USAR UMA CADEIRA DE RODAS, É IMPORTANTE SABER QUE PARA UMA PESSOA SENTADA É INCÔMODO FICAR OLHANDO PARA CIMA POR MUITO TEMPO, PORTANTO, SE A CONVERSA FOR DEMORAR MAIS TEMPO DO QUE ALGUNS MINUTOS, SE FOR POSSÍVEL, LEMBRE-SE DE SENTAR, PARA QUE VOCÊ E ELA FIQUEM COM OS OLHOS NUM MESMO NÍVEL. A CADEIRA DE RODAS (ASSIM COM AS BENGALAS E MULETAS) É PARTE DO ESPAÇO CORPORAL DA PESSOA, QUASE UMA EXTENSÃO DO SEU CORPO. AGARRAR OU APOIAR-SE NA CADEIRA DE RODAS É COMO AGARRAR OU APOIAR-SE NUMA PESSOA SENTADA NUMA CADEIRA COMUM. ISSO MUITAS VEZES É SIMPÁTICO, SE VOCÊS FOREM AMIGOS, MAS NÃO DEVE SER FEITO SE VOCÊS NÃO SE CONHECEM. NUNCA MOVIMENTE A CADEIRA DE RODAS SEM ANTES PEDIR PERMISSÃO PARA A PESSOA. EMPURRAR UMA PESSOA EM CADEIRA DE RODAS NÃO É COMO EMPURRAR UM CARRINHO DE SUPERMERCADO. QUANDO ESTIVER EMPURRANDO UMA PESSOA SENTADA NUMA CADEIRA DE RODAS, E PARAR PARA CONVERSAR COM ALGUÉM, LEMBRE-SE DE VIRAR A CADEIRA DE FRENTE, PARA QUE A PESSOA TAMBÉM POSSA PARTICIPAR DA CONVERSA. AO EMPURRAR UMA PESSOA EM CADEIRA DE RODAS, FAÇA-O COM CUIDADO. PRESTE ATENÇÃO PARA NÃO BATER NAS PESSOAS QUE CAMINHAM A FRENTE. PARA SUBIR DEGRAUS, INCLINE A CADEIRA PARA TRÁS PARA LEVANTAR AS RODINHAS DA FRENTE E APOIÁ-LAS SOBRE A ELEVAÇÃO. PARA DESCER UM DEGRAU, É MAIS SEGURO FAZÊ-LO DE MARCHA A RÉ, SEMPRE APOIANDO PARA QUE A DESCIDA SEJA SEM SOLAVANCOS. PARA SUBIR OU DESCER MAIS DE UM DEGRAU EM SEQÜÊNCIA, SERÁ MELHOR PEDIR A AJUDA DE MAIS UMA PESSOA. SE VOCÊ ESTIVER ACOMPANHANDO UMA PESSOA DEFICIENTE QUE ANDA DEVAGAR, COM AUXÍLIO OU NÃO DE APARELHOS OU BENGALAS, PROCURE ACOMPANHAR O PASSO DELA. MANTENHA AS MULETAS OU BENGALAS SEMPRE PRÓXIMAS À PESSOA DEFICIENTE. SE ACHAR QUE ELA ESTÁ EM DIFICULDADES, OFEREÇA AJUDA E, CASO SEJA ACEITA, PERGUNTE COMO DEVE FAZÊ-LO. AS PESSOAS TÊM SUAS TÉCNICAS PESSOAIS PARA SUBIR ESCADAS, POR EXEMPLO E, ÀS VEZES, UMA TENTATIVA DE AJUDA INADEQUADA PODE ATÉ MESMO ATRAPALHAR. OUTRAS VEZES, A AJUDA É ESSENCIAL. PERGUNTE E SABERÁ COMO AGIR E NÃO SE OFENDA SE A AJUDA FOR RECUSADA. SE VOCÊ PRESENCIAR UM TOMBO DE UMA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, OFEREÇA AJUDA IMEDIATAMENTE. MAS NUNCA AJUDE SEM PERGUNTAR SE E COMO DEVE FAZÊ-LO. ESTEJA ATENTO PARA A EXISTÊNCIA DE BARREIRAS ARQUITETÔNICAS QUANDO FOR ESCOLHER UMA CASA, RESTAURANTE, TEATRO OU QUALQUER OUTRO LOCAL QUE QUEIRA VISITAR COM UMA PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA. PESSOAS COM PARALISIA CEREBRAL PODEM TER DIFICULDADES PARA ANDAR, PODEM FAZER MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS COM PERNAS E BRAÇOS E PODEM APRESENTAR EXPRESSÕES ESTRANHAS NO ROSTO. NÃO SE INTIMIDE COM ISSO. SÃO PESSOAS COMUNS COMO VOCÊ. GERALMENTE, TÊM INTELIGÊNCIA NORMAL OU, ÀS VEZES, ATÉ ACIMA DA MÉDIA. SE A PESSOA TIVER DIFICULDADE NA FALA E VOCÊ NÃO COMPREENDER IMEDIATAMENTE O QUE ELA ESTÁ DIZENDO, PEÇA PARA QUE REPITA. PESSOAS COM DIFICULDADES DESSE TIPO NÃO SE INCOMODAM DE REPETIR QUANTAS VEZES SEJA NECESSÁRIO PARA QUE SE FAÇAM ENTENDER. NÃO SE ACANHE EM USAR PALAVRAS COMO "ANDAR" E "CORRER". AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA EMPREGAM NATURALMENTE ESSAS MESMAS PALAVRAS. TRATE A PESSOA COM DEFICIÊNCIA COM A MESMA CONSIDERAÇÃO E RESPEITO QUE VOCÊ USA COM AS DEMAIS PESSOAS.
FONTE DE PEQUISA BUSCA GOOGLE

Definição - Deficiência Física

Deficiência Física

Definição
É a disfunção ou interrupção dos movimentos de um ou mais membros: superiores, inferiores ou ambos e conforme o grau do comprometimento ou tipo de acometimento fala-se em paralisia ou paresia.
O termo paralisia se refere à perda da capacidade de contração muscular voluntária, por interrupção funcional ou orgânica em um ponto qualquer da via motora, que pode ir do córtex cerebral até o próprio músculo; fala-se em paralisia quando todo movimento nestas proporções são impossíveis.
O termo paresia refere-se quando o movimento está apenas limitado ou fraco. O termo paresia vem do grego PARESIS e significa relaxação, debilidade. Nos casos de paresias, a motilidade se apresenta apenas num padrão abaixo do normal, no que se refere à força muscular, precisão do movimento, amplitude do movimento e a resistência muscular localizada, ou seja, refere-se a um comprometimento parcial, a uma semiparalisia.

Classificação das paralisias
Dependendo do número e da forma como os membros são afetados pela paralisia, foi sugerida por WYLLIE (1951), a seguinte classificação:
· Monoplegia – condição rara em que apenas um membro é afetado.
· Diplegia – quando são afetados os membros superiores.
· Hemiplegia – quando são afetados os membros do mesmo lado.
· Triplegia – condição rara em que três membros são afetados.
· Tetraplegia/ Quadriplegia – quando a paralisia atinge todos os membros; sendo que a maioria dos pacientes com este quadro apresentam lesões na sexta ou sétima vértebra.
· Paraplegia – quando a paralisia afeta apenas os membros inferiores; podendo ter como causa resultante uma lesão medular torácica ou lombar. Este trauma ou doença altera a função medular, produz como conseqüências, além de déficits sensitivos e motores, alterações viscerais e sexuais.

Causas diversas ou desconhecidas
· Paralisia Cerebral: por prematuridade; anóxia perinatal; desnutrição materna; rubéola; toxoplasmose; trauma de parto; subnutrição; outras.
· Hemiplegias: por acidente vascular cerebral; aneurisma cerebral; tumor cerebral e outras.
· Lesão medular: por ferimento por arma de fogo; ferimento por arma branca; acidentes de trânsito; mergulho em águas rasas. Traumatismos diretos; quedas; processos infecciosos; processos degenerativos e outros.
· Amputações: causas vasculares; traumas; malformações congênitas; causas metabólicas e outras.
· Febre reumática – (doença grave que pode afetar o coração);
· Câncer;
· Miastenias graves (consistem num grave enfraquecimento muscular sem atrofia).

Bibliografia
SOUZA, P. A. – O Esporte na Paraplegia e Tetraplegia. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 1994.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Estatuto do Idoso completa seis anos e parte da população ainda desconhece direitos


Estatuto do Idoso completa seis anos e parte da população ainda desconhece direitos
O Estatuto do Idoso completa hoje (1º) - Dia Internacional do Idoso - seis anos de promulgação. Apesar do tempo em vigor, parte da população ainda desconhece todos os direitos garantidos no documento, criado com o objetivo de assegurar saúde, lazer e bem-estar aos cidadãos com mais de 60 anos, idade estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMC) para definir um idoso.Poucos parecem saber, por exemplo, que a lei proíbe os administradores de planos de saúde de discriminarem o idoso, cobrando dele valores mais altos devido à sua idade. Ou que o Poder Público é obrigado a criar oportunidades de acesso do idoso a cursos especiais que lhe permitam se integrar à vida moderna. Ao responder à Agência Brasil sobre as conquistas e as dificuldades enfrentadas por quem chegou à terceira idade, pessoas de diferentes idades se limitaram a citar o direito ao atendimento preferencial e a gratuidade do transporte público como importantes avanços."Uma das conquistas é o passe livre", disse a agente aeroportuária Flávia Cristina Facundo, 33. O motoboy Gabriel Borges, 26, além de citar as "várias vantagens de locomoção", lembrou que os idosos "passam à frente nas filas" para justificar sua impressão de que, "ao contrário do que muita gente diz, hoje há maior respeito com as pessoas mais velhas".O aposentado Willian de Souza, 69, discorda. Embora reconheça que em certos aspectos houve melhoras, ele reclama que ainda há muito o que fazer pela saúde e pela qualidade do transporte, dois setores contemplados no estatuto. "É preciso que haja uma condição de transporte condizente com a terceira idade", afirmou Souza, fazendo coro com os entrevistados que reclamaram da falta de atenção de motoristas, da altura dos degraus dos ônibus e da falta de pontos de ônibus."Eles [os motoristas] fingem que não veem e passam direto. Eles não têm amor à pessoa de idade. Pensam que nunca vão ficar velhos, mas um dia eles vão envelhecer", queixa-se Iracema Farias, 72. Na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a população brasileira está ficando mais velha. De acordo com o IBGE, enquanto em 2007 os brasileiros acima de 60 anos eram 10,5% da população, em 2008 esse percentual subiu para 11,1%. "Acho que é preciso garantir maior acesso dos idosos à saúde porque os índices de longevidade estão cada vez melhores", sugere o jornalista Luís Flávio Luz, 35.

domingo, 27 de setembro de 2009

Comentem

Oi boa noite a todos (as)
Meu nome é Alex Pereira
Sou o administrador desse blog e gostaria de pedir a vcs que acessam o nosso blog eu digo o nosso porque sem vcs para lerem não adiantaria nada coloca-lo no ar por isso que é nosso, que vcs deixassem comentarios, qualquer tipo de comentario não ficarei zangado se vcs forem mais forte no comentario pelo contrario isso me dara mais força para continuar e também deixem links ou assuntos que vcs queram ver sobre a acessibilidade que é a nossa luta, uma luta diaria e desigual quem passa por isso sabe o que eu to falando.
É isso ae muito obrigado a todos (as), e um grande abraço.
Alex Pereira

sábado, 26 de setembro de 2009

ACESSIBILIDADE PARA TODOS

ACESSIBILIDADE

Dia da Luta Nacional das Pessoas com Deficiência

Dia da Luta Nacional das Pessoas com Deficiência
Setembro 19, 2009 ·
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No dia 21 de setembro é comemorado no Brasil o Dia da Luta Nacional das Pessoas com Deficiência. Teoricamente, os 14,5% da população – número de pessoas, segundo o IBGE, que possui algum tipo de deficiência –, tem muito o que comemorar.
No papel, o País é um grande defensor dos direitos dos deficientes. Desde 2001, o Brasil integra a Organização dos Estados Americanos (OEA) na Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas com Deficiência. Em 2008, foi ratificada pelo Congresso Nacional a inclusão do País na Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU), que propõem medidas duras para garantir maior abrangência à política nacional de atendimento às pessoas com deficiência. Há mais de 20 anos, vigora lei federal que garante o acesso do segmento aos direitos básicos como saúde, educação, emprego e moradia. Isso tudo, porém, é a teoria. Na prática, a maior parte dos deficientes físicos brasileiros ainda enfrenta barreiras. A primeira delas – e, talvez, a mais importante – é a falta de conhecimento de seus direitos.
Outra questão controversa surgida recentemente é a resolução do Conselho Nacional da Educação (CNE) que torna obrigatória a matrícula de pessoas com deficiência no ensino comum, com a possibilidade de o aluno frequentar o atendimento educacional especializado no contra-turno. De acordo com o documento, os alunos com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação serão contabilizados duplamente no âmbito do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), quando matriculados em classes comuns do ensino regular e no atendimento educacional especializado. A medida foi rejeitada pelo Ministério da Educação.

Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência

Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência
21/09/2009 - 14h44 (
Laila Magesk - Da Redação Multimídia)Nesta segunda-feira (21), é comemorado o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. E o Vida Saudável republica a série "Derrubando Barreiras", feita em junho, com pessoas que passaram a ter algum tipo de deficiência. Cada personagem tem uma história especial.Vereadora tetraplégica, Mara Gabrilli é exemplo de superaçãoA primeira reportagem da série é uma entrevista com a vereadora tetraplégica de São Paulo, Mara Gabrilli, que aos 26 anos, sofreu um acidente de carro e perdeu os movimentos. Com muito bom humor, ela fala de desenho universal, política, sexo, acessibilidade e, acima de tudo, dá uma lição de vida.
Vereadora tetraplégica Mara Gabrilli é exemplo
Com seis meses de casamento com a Kika, Ricardo (foto) caiu do telhado e parou de andar Reabilitação: batalha ganha no dia-a-diaA segunda história é a do aposentado Jorge, que após um Acidente Vascular Cerebral (AVC), passou a caminhar com dificuldades e teve os movimentos limitados. Superar as sequelas do AVC é duro, mas com a ajuda dos familiares e, principalmente, da esposa seu Jorge está conseguindo. Ele tem uma rotina regrada com alimentação na hora certa e toma muitos, muitos remédios.
Reabilitação: batalha ganha no dia-a-dia
Eles não podem mais andar, mas vão longeA mudança de lado - ter ou não algum tipo de limitação - pode se dar em um piscar de olhos. A série "Derrubando Barreiras" do Vida Saudável mostra histórias de pessoas que por acidente ou doença se tornaram portadoras de alguma deficiência. Encontramos três histórias que merecem ser conhecidas. Por diferentes motivos, cada um deles teve que se adaptar à cadeira de rodas. Conheça quem são e como vivem Karen, Guilherme e Ricardo.
Eles não podem mais andar, mas vão longe com sua força de vontade
'Eu não sou cego, a escuridão me assusta. Eu apenas não enxergo'Gildásio Oliveira, 58 anos, trabalha, costura, lava, passa, produz andaimes e afirma que seria capaz de construir uma casa com as próprias mãos. Até aí tudo bem, nada mais natural do que um homem trabalhador e caprichoso. O que diferencia este homem especial é o fato de ser totalmente cego. Há 13 anos, ele precisou modificar todos os seus hábitos após sofrer uma doença que atingiu diretamente seu nervo óptico: a glaucoma.
Exemplo de coragem: 'Eu não sou cego, a escuridão me assusta. Eu apenas não enxergo'
As barreiras que pessoas portadoras de deficiência encontram nas ruas da Grande Vitória. Veja o vídeoTodos os personagens das matérias são exemplos e nos fazem refletir sobre várias coisas da vida. Mostram coragem e orgulho de existir gente assim. Mas tudo seria melhor se a forma de pensar das pessoas e dos governantes fosse diferente. O banheiro específico para deficientes que todo mundo usa e deixa sujo, a vaga que não é respeitada, as calçadas repletas de obstáculos. Portas de carros abertas, buracos e falta de rampas, semáforo sem campainha ou quando tem, algum objeto impede a locomoção. Todos esse exemplos citados faz com que os portadores de necessidades especiais, muitas vezes, se arisquem no meio da rua.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Debates – “Intervenções em Salvador – Copa 2014 – Mobilidade

C O N V I T E

O CREA-BA, juntamente com o Fórum A Cidade Também é Nossa e o
Movimento Vozes de Salvador convidam para participar do 2º. Ciclo de
Debates – “Intervenções em Salvador – Copa 2014 – Mobilidade
Urbana” que se propõe a fomentar as discussões sobre os impactos
que ocorrerão em Salvador e RMS para atender às demandas da Copa
do Mundo 2014, especialmente no tocante aos investimentos que serão
alocados para melhorar a infraestrutura da cidade, sob os diversos
aspectos, de modo a implementar sugestões que traduzam os anseios e
as necessidades da população.
DATA: 06 de outubro de 2009
HORÁRIO: 14h às 19h30min
LOCAL: Auditório do CREA/BA
ENDEREÇO: Rua Prof. Aloísio de Carvalho Filho. Nº. 402,
Engenho Velho de Brotas, Salvador - BA
As inscrições poderão ser feitas através da Supervisão de Eventos
através dos telefones: (71)3453-8935/8936, fax (71)3453-8938 ou
através dos e-mail eventos@creaba.org.br.
.
Salvador, 15 de setembro de 2009.
Engº. Jonas Dantas dos Santos
Presidente

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

BLITZ DA CIDADANIA, Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência

CONVITE

ABRAM ALAS QUE EU QUERO PASSAR!
COCAS promove Blitz da Cidadania para lembrar o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência

A Comissão Civil de Acessibilidade de Salvador – COCAS, convida as entidades da rede, os atores sociais/parceiros, amigos e apreciadores da sua luta para participarem do ato público: BLITZ DA CIDADANIA.
Objetivo da ação é chamar a atenção do poder público e da sociedade para a falta de acessibilidade das ruas, estabelecimentos comerciais e outros espaços públicos da cidade de Salvador.
O ato será realizado no próximo dia 21 de setembro de 2009, data em que se comemora o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. A concentração está marcada para às 15h30 na Praça da Piedade com saída para às 16:00 para a rua Junqueira Aires, no sentido dos Barris.
A Blitz da Cidadania é uma iniciativa da COCAS – Comissão Civil de Acessibilidade de Salvador e marca o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Seminário e Oficinas de Braille, Livro Falado e Audiodescrição

Vamos divulgar!!!!
Desde janeiro de 2008, em todo o mundo ocorrem eventos em celebração ao bicentenário do criador do sistema de lectoescrita para cegos, invenção responsável pela inserção de pessoas visualmente limitadas ao universo das letras. A Biblioteca Pública do Estado da Bahia, que acomoda o maior acervo de livros adaptados da Bahia em uma seção especial, abraça a idéia de divulgar esse invento, através de um seminário em homenagem a Louis Braille, onde se debaterá sobre a escrita tátil e suas aplicabilidades e outras mídias acessíveis, como o Cinema Audiodescrito e o Livro Falado.O Seminário acontecerá no período de 16 a 18 de setembro com palestras no turno da manhã, e pela tarde acontecerão as oficinas de Livro Falado [16/09], Audiodescrição [17/09] e Braille [18/09].A programação e a ficha de inscrição encontram-se anexadas. As inscrições deverão ser efetuadas via e-mail [
setorbraillebahia@hotmail.com ] até o dia 14 de setembro de 2009. Aguardamos você!
Comissão organizadora
www.inclusaopontoaponto.blogspot.com


domingo, 6 de setembro de 2009

GRITO DOS EXCLUÍDOS NO BRASIL CAMPANHA 2009

GRITO DOS EXCLUÍDOS NO BRASIL CAMPANHA 2009

BRASIL EM NOSSAS MÃOS A MUDANÇA
Brasil, em nossas mãos a mudança!

Companheiros e Companheiras

O dia 07 de Setembro está chegando e o Grito dos/as Excluídos/as, reafirma mais uma vez a capacidade, a força e a responsabilidade dos trabalhadores/as excluídos/as como construtores/as de uma Nação Livre e soberana.
O Grito nasceu como um movimento que reconhece o protagonismo do povo sofrido, se manifesta nas ruas, opina, atua, persiste e acredita que tem nas mãos, a possibilidade de transformação.
A aguerrida população brasileira resiste, mesmo diante da violência, do desemprego, da ganância dos banqueiros, dos latifundiários, das taxas de juros. Na resistência se solidariza se fortalece, acredita, organiza, mobiliza e pressiona para transformar a dura realidade do nosso país.
Retomar o trabalho de base, discutir, definir com a população os principais problemas e como buscar juntos as alternativas, é o eixo central do Grito dos/as Excluídos/as na construção de um Brasil mais justo e com maior igualdade econômica e social.
Apesar da atual crise política e da corrupção que assola nosso país, continuamos animados, mostrar que em nossas mãos está a chave das mudanças e reafirmar que esta é a pauta do nosso Grito por um Brasil melhor. Com muita simbologia, criatividade e ousadia, vamos fazer ecoar nosso grito, nossa voz.

Nossa Realidade:
O povo brasileiro vive um misto de desesperança, tristeza e porque não de decepção e vontade de fazer algo.
- O Brasil ainda está refém dos juros altos e do endividamento externo, o que o deixa sujeito a freqüentes ajustes fiscais exigidos pelos representantes do capital financeiro internacional;
- O governo tem se dobrado as essas exigências internacionais, encaminhado as reformas neoliberais, o que o torna incapaz de implementar políticas públicas de reforma agrária e de aplicar maiores investimentos na saúde, educação, transporte, habitação, direitos humanos, meio ambiente, entre outras;
- A sociedade brasileira está dilacerada pelo desemprego, a pobreza, a fome, pela violência a corrupção e impunidade, o que muitas vezes resulta em revolta ou indiferença por parte do povo quanto ao destino político do país.

Nossos Desafios:
- Construir um novo modelo econômico: que crie empregos, distribua renda, com investimentos nas áreas sociais.
- Promover em todo o país atividades e manifestações múltiplas e plurais que levem a tomar consciência da exclusão social e a buscar formas de combatê-la;
- Criar e fortalecer espaços de criatividade e participação popular, com nova metodologia de discussão sobre o tema da violência, numa tentativa de construir caminhos de solidariedade e paz;
- Reavivar o patriotismo consciente da sociedade brasileira, e fazer do dia 7 de setembro uma referência nacional para a organização e luta social.

Nossas Metas:
- Construir bases sólidas para a solidariedade e a paz, cujos verdadeiros alicerces são justiça e trabalho, teto e pão para todos/as;
- Buscar igualdade de oportunidades para todos e todas, sem discriminação, preconceito ou intolerância, seja de sexo, da cor, da raça, da nação, da língua, da cultura;
- Superar as políticas compensatórias por efetivas políticas públicas, pois, como diz o poeta, a esmola “ou vicia o cidadão ou lhe mata de vergonha”;
- Estimular o cuidado com a saúde do planeta azul, para que em seu solo e em suas águas, todas as formas de vida possam multiplicar-se, com base no uso justo e correto dos recursos naturais;

sábado, 29 de agosto de 2009

CARTAZ DO SEMINÁRIO

CARTAZ DO SEMINÁRIO

Seminários Copa 2014 Intervensão em Salvador.

O GT de Acessibilidade do CREA-BA estará realizando no dia 03/09 das 08:30 as 17:30 o seu ciclo de seminários visando a copa 2014 intervensão em Salvador.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Conhecer as exigências e critérios definidos pela FIFA, para a participação de Salvador na Copa 2014.
2. Sensibilizar e estimular os profissionais envolvidos e a sociedade sobre a importância do tema mobilidade urbana, não só com foco na Copa 2014, como também na mobilidade sustentável para Salvador e RMS.
3. Conhecer os projetos existentes para Salvador e RMS, em níveis Municipal e Estadual, voltados para a mobilidade urbana;
4. Proporcionar uma troca de experiências entre segmentos envolvidos nas questões de mobilidade urbana;
5. Avaliar as possibilidades de contribuição aos gestores estadual e municipal nas diversas ações a serem implementadas;
6. Produzir um Relatório com recomendações/sugestões para que as propostas adotadas contemplem as necessidades da sociedade e reflitam a escolha da melhor alternativa dentre as possíveis, além de atender às determinações da FIFA para a Copa 2014.
7. Disseminar os resultados dos temas discutidos nos debates para os gestores públicos e a sociedade em geral.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Passe livre

Por gentileza enviem ao máximo de entidades que por ventura conheçam.Abraços.Caros Companheiros(as) da Sociedade Civil, Representantesdas Entidades de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência.Motivados por uma conversa ocorrida com a primeira Dama do estado Sra
Fátima Mendonça, na qual a mesma colocou-se a disposição e sensível anossa luta pelo passe livre intermunicipal como ferramenta de resgate dacidadania das pessoas com deficiência de todo estado, e assimsolicitou-nos a oficialização desse pleito em documento que pensamos serestratégico que haja uma construção coletiva com a participação de todas asentidades, e para que possamos levar ao COEDE na sua plenária que serealizará no dia 27 de agosto e encaminhá-lo o mais rápido possível aogrupo de voluntárias sociais do estado da Bahia.E para atender essa urgente demanda, convidamos todos e todas aparticiparem quarta-feira, dia 26 de agosto das 15:00h às 18:00h, no Centro dePastorais, na entrada do Garcia ao lado da rádio excelsior, de uma plenáriadas entidades do Movimento, com a seguinte pauta:1) Passe livre intermunicipal e Metropolitano.2) Formas de luta e atividades de mobilização em comemoração ao dia21/09 - dia nacional de luta em defesa dos direitos das pessoas comdeficiência. 3) Formas de reorganização do movimento estadual das pessoas comdeficiência.Sendo essa luta prioritária e a única porta de acesso à cidadaniaprincipalmente para as pessoas com deficiência que vivem em maior graude exclusão, esperamos poder contar com a participação de todos.Ajude-nos a divulgar.
Atenciosamente.
APALB
aABC
ARCCA
ABADEF
AMBIDEF
AFAGA
Evangel Vale Jr.Cel: 071 87540444e-mail: evangel_vale@hotmail.com
Um raciocínio lógico leva você de A a B. A imaginação leva você a qualquerlugar."Albert Einstein"Salvador Bahia

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Garantir uma plena acessibilidade

Garantir uma plena acessibilidade é um aspecto de essencial qualidade de vida de todos os cidadãos. O actual quadro comunitário da “União Europeia” dá prioridade a projectos que contemplem a acessibilidade acautelando, assim, a mobilidade da diversidade humana. Mas, convém não esquecer que a acessibilidade sempre foi uma preocupação de todos os governos, contudo as acções foram insuficientes.
Para descrever a acessibilidade contemporânea em poucas palavras diria que assenta em dois pilares fulcrais: a acessibilidade urbana ou arquitectónica e a acessibilidade tecnológica. Mas é necessário que as duas trabalhem em conjunto para garantir que todos os cidadãos possam ter o perfeito exercício do direito à cidadania.
Em seguida, a abrangência da acessibilidade e a inoperância do homem em pequenos tópicos:
Via Pública – Actualmente não existem intervenções urbanas inovadoras e coerentes com a filosofia de “Espaços Urbanos Acessíveis”, as passadeiras sem rampas são uma constante, os semáforos raramente estão bem temporizados, ainda não se eliminaram os obstáculos dos passeios e para as pessoas com problemas sensoriais faltam equipamentos de orientação e texturas diferenciadas.
Edifícios Públicos – É um autêntico cataclismo o acesso a edifícios públicos desde o seu espaço circundante até ao seu interior; os cinemas com falta de lugares para pessoas em cadeira de rodas; salas de conferências sem qualquer tipo de sinaléticas; museus constantemente inacessíveis devido às barreiras arquitectónicas, os áudio-guias sem uma perfeita descrição das obras; os WC adaptados são uma raridade; os tribunais continuam sem elevadores. Resumindo, muito falta fazer para colocar um fim às inacessibilidades dos edifícios públicos e privados.
Transportes Públicos – Em Portugal nunca existiu uma perfeita acessibilidade nos transportes públicos. Para um cidadão de cadeira de rodas viajar de comboio é obrigado a utilizar o “comboio pendular” por ser o único que tem elevador, facto que encarece a viagem. Em Portugal ainda não existem autocarros de piso rebaixado em número suficiente para permitir uma viagem de ida e volta. Os acessos acessíveis das gares para o interior dos comboios ou autocarros são raros, havendo uma maior assimetria entre os grandes centros urbanos e o interior do país.
Computador e Internet – Nesta sociedade contemporânea tudo gira à volta deste meio de comunicação desde uma simples escrita à navegação na Internet. No entanto, o maior construtor de sistemas operativos “Microsoft” pouco se empenhou em desenvolver processos de acessibilidade. Esta é uma “dívida” que o Sr. Bill Gates tem para com a sociedade. Na Internet, ainda, existem sites públicos inacessíveis. Apesar desta acessibilidade ter a sua complexidade, quando bem executada permite a inclusão digital de todos.
Turismo e Lazer – Devido à sua situação geográfica Portugal é um país apetecível para explorar o
turismo acessível, mas este deve ser feito num “conceito único”. Pois, os projectos isolados podem estar condenados ao fracasso, as entidades governamentais devem aproveitar esta plataforma para entrevir, regulamentar e apoiar para assim construir um país igualitário.
Gerontologia – Prevê-se que na Europa a população com mais de 60 anos vai aumentar 50% nos próximos 30 anos, tornando-se num grupo dominante, mais instruído e activo. O desenvolvimento tecnológico torna-se premente, baseado no desenho universal ou inclusivo. Quero querer que futuramente a televisão, Internet e as
casas inteligentes sejam completamente acessíveis e uma realidade para todos.
Finalizo com seguinte recado, foi criado o “
Conceito Europeu de Acessibilidade” mas este não passa de uma utopia porque, cada país tem as suas leis e a União Europeia ainda está muito longe de chegar a consensos.
Urge no entanto, construir mais e melhores acessibilidades com o objectivo de permitir a autonomia de todos os cidadãos, para isso anseia-se o contributo dos futuros
Engenheiros de Reabilitação Portugueses.

domingo, 23 de agosto de 2009

Calçadas livres melhorariam acessibilidade em Salvador

Calçadas livres melhorariam acessibilidade em Salvador
Kleyzer Seixas, do A TARDE On Line
Aristides Baptista / Ag A Tarde/Arquivo
Buracos e outros obstáculos são riscos para deficientes
Quatro anos depois do decreto federal 5.296, de 2004, que obriga a adequação e adaptação de todos os espaços públicos para os deficientes, as pessoas que possuem algum tipo de limitação física ainda encontram dificuldades para se locomover em Salvador. A cidade, segundo os próprios deficientes, pouco avançou na implantação de políticas públicas para atender a essa população de pouco mais de 400 mil pessoas.O maior problema está nas calçadas da cidade. Esburacadas ou cheias de obstáculos como vendedores ambulantes, postes, telefones públicos e lixeiras, esses locais que deveriam oferecer segurança aos pedestres em geral, sobretudo os deficientes, se mostram obstáculos quase intransponíveis. Em visita à capital baiana, o arquiteto da prefeitura municipal de São Paulo, José Renato Melhem, que nesta sexta-feira, 30, apresentou a palestra “Acessibilidade e Revitalização das Vias Públicas”, defende justamente a melhoria das condições de uso das calçadas como primeira condição para garantir a locomoção dos deficientes no espaço urbano.Coordenador do Programa Passeio Livre, na capital paulista, José Renato diz que o ideal é padronizar as calçadas para que as pessoas caminhem livremente e não encontrem obstáculos. “A idéia é liberar a calçada para deixar a área para o pedestre caminhar. Para que seja acessível a todas as pessoas, com ou sem restrição de mobilidade”.Segundo o arquiteto, 280 quilômetros de passeios foram padronizados em São Paulo e os resultados são animadores. Em toda essa extensão, foram introduzidas seis mil rampas. “Já dá para ver uma diferença muito grande. As pessoas percebem não só pelo conforto, mas visualmente é melhor também. Houve diminuição do número de acidentes com pedestres e aumento da venda no comércio em 20%”, destaca.A iniciativa em São Paulo pode servir de modelo para outras capitais brasileiras como Salvador, acredita Melhem. “É preciso trabalhar para resgatar o uso do espaço público. Caso contrário, as pessoas continuarão sendo prejudicadas. E não somente aquelas com deficiência, mas também outras que têm certas restrições, como as gestantes, os idosos, os obesos. E aí podemos perceber que é uma grande parcela da população”.Para melhorar as condições dos passeios, é preciso pensar a calçada como parte do sistema viário e não como área particular, como vem ocorrendo em diversas cidades brasileiras, adverte o arquiteto. “A calçada deve ser vista como algo contínuo, de esquina a esquina”, completa.OBSTÁCULOS - A rotina do candeirante Wilson Cruz, que tem paralisia total dos membros inferiores, é uma prova do quanto a falta de ordenamento das calçadas pode limitar a vida dos cidadãos com deficiência. Morador do bairro de Cosme de Farias, Wilson Cruz trabalha na Mouraria e encontra diversos transtornos para chegar até seu destino: as calçadas são quebradas, desniveladas e cheias de obstáculos. Além disso, não há rampas na maioria dos locais por onde passa. Para piorar, na Lapa, onde Wilson desembarca do ônibus para chegar até a Mouraria, é obrigado a subir as escadarias da estação de transbordo com a ajuda de outras pessoas. Insatisfeito com o roteiro pelo qual é obrigado a passar diariamente, Wilson reclama das tímidas iniciativas do poder público para resolver o problema da acessibilidade. “Estão dando banho de asfalto em diversas ruas, mas não cuidam das calçadas. É como se só existissem apenas os carros e os pedestres e cadeirantes fossem invisíveis”. Outro que se queixa é Jefi Ribeiro, também deficiente, que acredita que a cidade “não tem avançado em nada” na questão da acessibilidade. “Os passeios são quebrados e não existe manutenção”. O coordenador da ONG Vida Brasil em Salvador, Heron Cordeiro explica que, após o decreto da União, apenas os espaços privados e federais de Salvador têm oferecido ferramentas para auxiliar deficientes físicos, o que inclui cadeirantes e pessoas com deficiência visual. “O poder público tem obrigação, mas nada disso vem sendo feito, os prazos já expiraram e ainda estamos na mesma situação”, destaca.A reportagem do A TARDE On Line procurou a Coordenadoria de Apoio à Pessoa com Deficiência (Coap), da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedes), da capital baiana, que se ocupa dos projetos voltados para pessoas com deficiência física, mas os responsáveis pelo órgão não foram encontrados para comentar o assunto.

Diagnóstico e Análise da Exclusão Educacional das Crianças e Adolescentes com Deficiência.

Diagnóstico e Análise da Exclusão Educacional das Crianças e Adolescentes com Deficiência.

Ao lado dos imensos contingentes populacionais que sofrem maior exclusão no Brasil representados pelas pessoas de raça negra/parda indígena, e nos diversos subgrupos de idade, sexo, encontra-se grande parte dos 25 milhões de brasileiros, 14,5% da população Brasileira, que declarou possuir alguma deficiência permanente ao Censo 2000.
Entre as regiões brasileiras, o nordeste e o norte apresentam percentual de incidência de deficiências acima da média nacional, respectivamente, 16,7% e 16,1%. E entre, os sexos o percentual de deficiência é maior entre as mulheres, 15,3% contra 13,7% dos homens.
Quando se analisa a escolaridade de pessoas com deficiência, com 15 anos ou mais, verifica-se que 41,3% ou não possui instrução ou tem menos de 1 ano de estudo e que 26,9% do total desse grupo possui apenas de 1 a 3 anos de estudo. Esses 2 grupos somados totalizam quase 11 milhões de pessoas com deficiência, com nenhuma ou baixíssima escolaridade. Situação que evidencia a grande dificuldade das crianças e adolescentes permanecerem na escola.
Em relação às crianças e adolescentes da área rural será necessário um esforço redobrado para fazer face a potencialização da exclusão escolar e atender cerca de meio milhão de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos, com deficiência, que vivem no meio rural, inseridos na realidade das classes multisseriadas, da ausência de transporte e ajudas assistivas agravada pelo despreparo do professor e pela dificuldade de acesso aos meios de comunicação e informação e aos instrumentos e centros de formação e capacitação de professores.
Os indicadores educacionais entre adolescentes com deficiência, entre 12 e 17 anos, demonstram que estes têm 4 vezes mais possibilidade de estar fora da escola do que os adolescentes sem nenhuma deficiência e que a taxa de analfabetismo das crianças e adolescentes, com alguma deficiência , em idade de cursar o ensino fundamental é o dobro das crianças sem deficiência . Quando analisa-se a iniqüidade entre os diversos tipos de deficiência percebe-se que as crianças e adolescentes com deficiência mental e deficiência física e motora são os mais penalizados, pois representam o maior percentual que não consegue ter seu acesso e permanência na escola garantidos.
Que razoes explicam tamanha desigualdade no direito ao acesso a educação de crianças e adolescentes com deficiência?
De historia recente, a responsabilidade pela educação de crianças e adolescentes com deficiência foi tratada a partir de uma política central, concebida de forma segregada ao sistema regular de ensino, amparada pelo paradigma da integração social, que objetivava prover, de forma indireta, com a conseqüente omissão da ação do Estado, principalmente no campo da deficiência mental, (via APAE e Pestalozzi) o acesso a educação. A existência de uma rede paralela pode ser explicada pela característica dessas instituições para deficientes mentais que dispunham de algum poder de organização interna e de pressão para criarem uma rede própria de atendimento educacional, paralela ao sistema público de ensino para possibilitar o acesso à escola dessas crianças e adolescentes. Em relação às deficiências sensoriais, foram criados alguns institutos escolares específicos e isolados, sob responsabilidade do governo federal, como o INES e Instituto de Cegos, no Rio de janeiro, copiados por alguns estados, mas ainda em numero e dispersão, insuficientes para atender toda a demanda apresentada por esses setores das deficiências sensoriais. Enquanto isso, as pessoas com deficiência física e motora, cujas necessidades de acesso a educação envolvem recursos diversos, de maior complexidade de diferentes área, como a saúde ( orteses e próteses, atendimento de reabilitação), o transporte ( transporte especial porta-a-porta e transporte acessível), e de acessibilidade física as escolas, foram os mais penalizados no seu direito à educação e representam o maior numero de crianças e adolescentes ausentes ou incapazes de permanecer na escola.
· A ausência de investimentos públicos e de uma estratégia central sistêmica e coordenada de enfretamento, envolvendo a preparação dos professores, a disponibilidade de recursos pedagógicos e assistivos e a flexibilização curricular para fazer face a situação de enorme exclusão escolar das pessoas com deficiência na rede regular de ensino de primeiro e segundo grau.
O CONTEXTO
- Com a Constituição de 1988, inicia-se uma nova formulação teórica sobre os direitos educacionais das crianças e adolescentes com deficiência. O paradigma muda de Integração social, para inclusão social. De acordo com o novo paradigma da Inclusão Educacional, a diversidade identificada entre as características humanas, abrangidas pelos aspectos de raça, idade, gênero, de conformação física, sensorial e intelectual deve ser reconhecida e incorporada aos fundamentos de um modelo social mais justo e igualitário, capaz de acolher as diferenças para a realização de um País para todos. A partir desta mudança, crianças e adolescentes com deficiência têm direito a educação, assegurado pela rede publica regular de ensino, como todas as outras. O princípio da Inclusão Educacional empresta novo significado aos direitos das pessoas com deficiência e redimensiona a importância das responsabilidades publicas governamentais, em relação ao direito a educação pública, de qualidade para todos, incluindo as crianças e adolescentes com deficiência. E, para que esta mudança ocorresse foi fundamental a influencia e a pressão exercida por entidades da sociedade civil de defesa de direitos das pessoas com deficiência e direitos humanos, dos organismos e fóruns internacionais de apoio e ajuda mútua para o efetivo compromisso de assegurar legalmente a equiparação de oportunidades educacionais.
- Os indicadores de exclusão educacional, principalmente, entre crianças e adolescentes com deficiência mental revelam que a adoção de um modelo educacional, baseado numa rede privada filantrópica, de natureza economicamente frágil e incerta, mantida por doações e convênios irregulares e da existência de salas especiais e segregadas nas escolas públicas da rede regular de ensino são insuficientes para prover oportunidades igualitárias educacionais para crianças e adolescentes com déficit intelectual.
Ao enfocar um dos aspectos centrais sobre a Diversidade a Prof Luiza Bairros escreveu um alerta sobre o perigo de considerar a diversidade apenas nas aparências e reflete sobre a ausência da diversidade em nosso mundo: “Falta diversidade na escola, o que distorce a experiência histórica dos diferentes grupos sociais e raciais: falta diversidade nas imagens mais freqüentemente veiculadas pelos meios de comunicação; falta diversidade nas posições sociais mais valorizadas; falta diversidade na composição das ONGs, das organizações internacionais e dos órgãos públicos – que teoricamente deveriam existir para promover a diversidade que eles mesmos negam na sua prática cotidiana; falta diversidade nos objetivos das políticas públicas, até porque a diversidade também é peça rara entre os que formulam e implementam essas políticas”.
Para mudar esta situação no âmbito da educação propomos:
Requisitos de Acessibilidade a crianças e adolescentes com deficiência para assegurar acesso e permanência na escola.
Destinação dos recursos públicos dos fundos legais dirigidos ao financiamento e desenvolvimento da Educação Básica, para o desenvolvimento de programa de Inclusão “Escola para Todos, tendo em vista a necessidade de prover condições objetivas para a redução da exclusão escolar e das desigualdades entre as crianças e adolescentes social e economicamente mais desfavorecidas.
Para assegurar as crianças e adolescentes com deficiência física, sensorial e mental condição básica de acesso ao ensino é necessário:
implementar estratégias pedagógicas diferenciadas, prover espaços com mobilidade e proporcionar o acesso e a utilização de equipamentos e instalações escolares.
Rever o papel das escolas especializadas na sociedade inclusiva.
Levantamento das escolas da rede pública e suas condições de acessibilidade e adaptação física da rede de escolar.
Garantia de que as crianças estudem próximas as suas residências. Garantia do transporte escolar, caso não tenha ônibus ou rota acessível.
Incluir nas pesquisas educacionais instrumentos destinados a avaliar as condições de oferta e de acessibilidade às escolas das crianças socialmente mais frágeis
§ Questionamento do conceito de competência como avaliador e como aspecto diretamente relacionado à permanência na escola;
§ Desenvolver e utilizar a modalidade do ensino a distancia para a formação de professores
§ Instituir e direcionar verbas públicas e apoios internacionais para fundo de pesquisa, tendo em vista conhecer e avaliar com mais profundidade as condições de Inclusão de crianças com deficiência e social e economicamente mais frágeis.
§ Deverá emanar diretriz central para que escolas, com o apoio das entidades de defesa, dos órgãos técnicos e científicos, sigam os requisitos de acessibilidade, tomando-se como referência a Norma Brasileira NBR 9050, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que trata da Acessibilidade de Pessoas Portadoras de Deficiências a Edificações, Espaço, Mobiliário e Equipamentos Urbanos.
No que diz respeito aos requisitos de acessibilidade relacionados aos alunos com deficiência física motora, todas as escolas deverão observar e cumprir:
§ eliminação de barreiras arquitetônicas para circulação do estudante, permitindo acesso aos espaços de uso coletivo;
§ reserva de vagas em estacionamentos nas proximidades das unidades de serviço;
§ construção de rampas com corrimãos ou colocação de elevadores, facilitando a circulação de cadeira de rodas;
§ adaptação de portas e banheiros com espaço suficiente para permitir o acesso de cadeira de rodas;
§ colocação de barras de apoio nas paredes dos banheiros;
§ instalação de lavabos, bebedouros e telefones públicos em altura acessível aos usuários de cadeira de rodas;
No caso dos alunos com deficiência visual, os requisitos mínimos de acesso e permanência deverão observar e cumprir:
§ sala de apoio equipada como máquina de datilografia braile, impressora braile acoplada ao computador, sistema de síntese de voz e leitores de tela, gravador e fotocopiadora que amplie textos, software de ampliação de tela, equipamento para ampliação de textos para atendimento a aluno com visão subnormal, lupas, réguas de leitura, scanner acoplado a computador;
§ adoção de um plano de aquisição gradual de acervo bibliográfico em braile e de fitas sonoras para uso didático;
§ Sites e Comunicação digital acessíveis
Quanto a alunos com deficiência auditiva os requisitos de acessibilidade deverão:
§ propiciar a mediação e a inclusão do intérprete de língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) / língua portuguesa durante o percurso escolar
§ adotar flexibilidade no processo de ensino e de avaliação valorizando o conteúdo semântico;
§ de estimular o aprendizado da língua portuguesa, principalmente na modalidade escrita
Proporcionar aos professores acesso a alternativas de formação continuada que contemple as especificidades das crianças e adolescentes pobres, negras, com deficiência e indígenas, por meio:
Do acesso a cursos e a literaturas e informações específicas sobre o universo da diversidade e as condições de vida das crianças e adolescentes mais penalizados pela desigualdade de oportunidades.
Da criação de estimulo financeiro aos professores para a formação continuada tendo em vista valorizar e fortalecer os professores para realização efetiva da Inclusão de crianças e adolescentes socialmente mais vulneráveis.
Dados estatísticos
Distribuição por tipo de deficiência no Brasil:Dados retirados da tabela 2.1.3 – População residente, por tipo de deficiência, segundo as grandes regiões.
Fonte IBGE
Grandes Regiões e unidades da Federação
População Total
Pelo menos uma das deficiências enumeradas
Deficiência Mental permanente
Tetraplegia ou hemiplegia permanente
Falta de membro ou parte dele
Brasil
169 872 859
24 600 255
2 844 936
937 462
478 59
Grandes Regiões e unidades da Federação
População Total
Incapaz, com alguma ou grande dificuldade permanente de enxergar.
Incapaz, com alguma ou grande dificuldade permanente de ouvir.
Incapaz, com alguma ou grande dificuldade permanente de caminhar.
Nenhuma destas deficiências
Brasil
169 872 859
16 644 840
5 735 099
7 939 784
143 726 948
Pelo menos um tipo de deficiência
Pessoas c/ def.
(B)
Percentual
(B)/(A)
BRASIL
169 799 170
24 537 984
14,5%
Norte
12 900 704
2 077 120
16,1%
Pará
6 192 307
1 100 202
17,8%
Nordeste
47 741 711
7 973 282
16,7%
Bahia
13 070 250
2 001 059
15,3%
Sudeste
72 412 411
9 350 975
12,9%
São Paulo
37 032 403
4 138 934
11,2%
Sul
25 107 616
3 538 781
14,1%
Rio Grande do Sul
10 187 798
1 542 325
15,1%
Centro Oeste
11 636 728
1 597 826
13,7%
Goiás
5 003 228
666 266
13,3%
Dados retirados da tabela 1.4.2 – População residente, por tipo de deficiência, situação do domicílio, o sexo e os grupos de idade - Brasil
População residente
Total (A)
Pelo menos
uma deficiência (B)
% (B)/(A)
Total
169 872 856
24 600 256
14,5%
Homens
83 602 317
11 420 544
13,7%
Mulheres
86 270 539
13 179 712
15,3%
Dados retirados da tabela 1.4.3 – População residente, por tipo de deficiência, segundo a cor ou raça – Brasil
População residente
Total (A)
Pelo menos
uma deficiência (B)
% (B)/(A)
Total
169 872 856
24 600 256
14,5%
Branca
91 298 042
12 579 886
13,8%
Preta
10 554 336
1 844 303
17,5%
Amarela
761 583
106 064
13,9%
Parda
65 318 092
9 805 273
15,0%
Indígena
734 127
125 255
17,0%
Sem declaração
1 206 675
139 475
11,6%
Dados retirados da tabela 1.4.1 – População residente, por tipo de deficiência, segundo a situação do domicílio e os grupos de idade – Brasil. segundo o sexo e os grupos de anos de estudo –Brasil
Total (A)
Pelo menos
uma deficiência(B)
% (B)/(A)
Total
População Urbana
137 925 238
19 754 445
14,3%
5 a 9 anos
12 787 346
565 525
4,4%
10 a 14 anos
13 509 943
860 994
6,4%
15 a 17 anos
8 511 442
550 801
6,5%
População Rural
31 947 618
4 845 812
15,1%
5 a 9 anos
3 788 326
142 239
3,7%
10 a 14 anos
3843 740
222 044
5,8%
15 a 17 anos
2 215 597
138 471
6,2%
Dados retirados da tabela 1.4.6 – Pessoas de 15 anos ou mais de idade, portadoras ou não de deficiência, segundo o sexo e os grupos de anos de estudo –Brasil

Pessoas de 15 anos ou mais de idade portadoras
ou não de deficiência
Total (A)
Pelo menos
uma deficiência(B)
18,8%
% (B)/(A)
Total
119 556 675
41,3%
22 438 924
Sem instrução e menos de 1 ano
13 904 626
26,9%
5 735 758
1 a 3 anos
19 316 634
16,7%
5 207 569
4 a 7 anos
37 570 144
10,7%
6 281 238
8 a 10 anos
20 789 737
10,0%
2 221 696
11 a 14 anos
20 957 396
10,2%
2 097 197
15 anos ou mais
5 911 119
26,4%
603 218
Não determinados
1 107 018
292 24%
Fonte IBGE ( Instituto brasileiro de geografia e estatística), Censo demográfico 2000.
Existem 280 mil alunos matriculados com deficiência em escolas especiais de 1 a 8 serie.
300 mil alunos estão em classe regulares no ensino fundamental.
Apenas 9 mil alunos chegaram ao ensino médio
Há 18.200 escolas publicas para alunos com deficiência no país.
Somente 120 títulos didáticos tem versão em Braille ( dados MEC)
Na comparação da equidade, considerando o intervalo de 0 a 3 anos de estudo, entre os sexos de pessoas com deficiência , as mulheres são maioria, somando 54% do total desse grupo. As estatísticas no Brasil mostram também que a situação de deficiência atinge mais as regiões Norte e Nordeste. Entre as raças, a incidência de deficiência é maior entre os negros e índios. Em Salvador foram identificadas pelo Censo 2000, aproximadamente, 460 mil pessoas com deficiência.
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Comissão Civil de Acessibilidade de Salvador – COCAS - 29/03/2004
Elaboração e Redação: Regina Atalla – CVI – BA
Islândia Hazard – VIDA Brasil

Atitudes negativas sabotam o potencial de quem tem deficiência

Entrevista íris Carvalho
"Atitudes negativas sabotam o potencial de quem tem deficiência"
Íris Carvalho Silva, 33 anos, é formada em Administração de Empresas e trabalha em uma agência do Banco do Brasil, em Salvador, Bahia. Nascida em Remanso, no mesmo estado, solteira, é tetraplégica, em função de acidente automobilístico, em 1989, aos 19 anos de idade. Superado o choque inicial, Íris hoje defende os direitos e o espaço de pessoas com deficiência, sendo presidente do Centro de Vida Independente (CVI), da Bahia, uma instituição que vem ganhando grande destaque em âmbito nacional por estar à frente de uma ação cível pública para garantir acessibilidade nos ônibus interestaduais na Bahia. Confira entrevista exclusiva ao Jornal da AME:
AME - Quais são as limitações ou dificuldades que uma pessoa com deficiência enfrenta no dia-a-dia? Íris Carvalho - As pessoas com deficiência enfrentam pelo menos três grandes dificuldades: os problemas inerentes à deficiência, as barreiras do preconceito e um modelo social excludente. A deficiência física por lesão medular, que é o meu caso, tem conseqüências que influenciam fortemente no modo como conduzimos as atividades diárias. Algumas são aparentes, outras nem tanto, por isso, às vezes, ignoradas e desrespeitadas. Há perda de mobilidade, força, equilíbrio, sensibilidade, há mudança no funcionamento da bexiga, intestino, fatores que ao longo do tempo, sem uma reabilitação adequada, causam seqüelas graves. Outros tipos de deficiência causam limitações diferentes, mas que também demandam cuidados, tempo, recursos humanos, tecnológicos e financeiros extras. Apenas 2% das pessoas com algum tipo de deficiência têm acesso ao serviço público ou particular de reabilitação, segundo a Organização Mundial de Saúde. Logo, conclui-se que a tendência é que problemas de fácil prevenção ou manutenção tornem-se maiores, comprometendo atividades da vida diária. Outro grande problema é a desinformação ou subinformação a respeito da real capacidade das pessoas com deficiência, tanto delas próprias, da sua família, como da sociedade em geral. Isso cria a barreira invisível, quase intransponível, do preconceito, que aumenta a exclusão. As atitudes negativas sabotam o potencial ou criam super-heróis, mas nunca igualam capacidade, dificuldades, desejos com os das pessoas sem deficiência. A negação da deficiência como mais uma característica humana, faz a sociedade negar também sua responsabilidade de disponibilizar serviços e propor leis que garantam direitos específicos para a igualdade de oportunidades.
AME - Qual é sua avaliação sobre o modelo social hoje vigente no que diz respeito às pessoas com deficiência? Íris - Nosso modelo social possui um problema estrutural crônico. Convivemos, predominantemente com a exclusão, parcialmente com a integração e pontualmente com a inclusão social. Este modelo, que é o ideal, prevalecerá quando a sociedade, através de tomada de consciência, se preparar para acolher todos os seus cidadãos, respeitando sua diversidade, eliminando barreiras, promovendo acessibilidade em todas as suas formas, para que todos possam desenvolver seu potencial. Por exemplo, o governo, através da elaboração e execução de políticas adequadas, promove a acessibilidade física nas escolas regulares, espaços, prédios, transportes e meios de comunicação; proporciona a capacitação de professores para atender as diversas demandas das crianças com e sem deficiência, acompanhando o processo até que a formação profissional do indivíduo possa ser completada. As empresas preparam seus espaços, programas, instrumentos, sistemas de comunicação, pessoal, de forma a atender funcionários, clientes, que possuam as mais diversas características. Do outro lado, as pessoas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. A inclusão é uma via de mão dupla. Só é legítima dessa forma. Porém hoje a realidade da grande maioria das pessoas com deficiência é de exclusão total dos sistemas sociais. Exclusão e inclusão acontecem paralelamente ao modelo da integração, que é a preparação unilateral das pessoas com deficiência para assumir papéis numa sociedade isenta de responsabilidades. O cidadão que já possui dificuldades ligadas à deficiência, tem que arcar com todo o ônus, sobrecarregando seu físico ao locomover-se nos transportes e espaços de difícil acesso e circulação, sujeitando-se aos serviços disponíveis, que põem em risco a sua integridade física e desrespeitam o direito à dignidade. Se optarem por serviços especiais e acompanhantes, arcarão com o ônus financeiro, pagando caro por eles. A violação dos diversos direitos, principalmente do direito de ir e vir, que permeia todos os outros (educação, trabalho, saúde, lazer, cultura), aliado à impunidade, impossibilita o exercício da cidadania não só por parte das pessoas com deficiências, mas de uma significativa parcela da população, incluídos aí quem possui doenças crônicas, idosos, obesos, grávidas, etc. Todos que estão fora do padrão ideal, ilusório, da perfeição.
AME - Quais são as conquistas que podemos destacar no universo das pessoas com deficiência? Íris - Existem pessoas trabalhando sério, principalmente em ONGs, a exemplo da AME e dos CVIs, influenciando as políticas públicas, mudando o rumo da sociedade brasileira e o futuro das pessoas com deficiência para melhor. Temos recursos humanos, capacidade técnica instalada e soluções tecnológicas, que podem amenizar ou eliminar limitadores físicos e cognitivos das pessoas. Existe uma proposta interessante de criação da Associação Brasileira de Ajudas Técnicas, em Pernambuco. Eu uso adaptações para escrever, digitar, uso cadeira de rodas motorizada, em ambientes de difícil locomoção. Tenho consciência de que, no âmbito social, a busca da articulação, e no físico, a busca da tecnologia assistiva, podem ser a diferença entre estar incluído ou fora da sociedade
AME - A partir de quando e como se deu seu envolvimento com a luta em prol da pessoa com deficiência? Íris - A busca de parceiros para encontrar soluções, em qualquer área, é uma característica do ser humano, um processo que é amadurecido ao longo da vida. Sempre procurei grupos, seja de religião, teatro, esporte, dança, para interagir, contribuir, de forma voluntária. Com relação ao CVI, começou mais ou menos em 1998, quando senti necessidade de saber e divulgar eventos relacionados às pessoas com deficiência, em Salvador. Eu fazia parte do grupo de dança "Sobre Rodas" e precisava de um espaço para divulgar os espetáculos. Nessa época resolvi fazer homepages para complementar minha aposentadoria. Escolhi fazer um site em que pudesse reunir as mais diversas informações pertinentes ao universo das pessoas com direitos específicos, principalmente com deficiência. Então começou uma maratona em busca de serviços, produtos e políticas existentes em Salvador, que atendessem a esse público. Pude ter uma visão panorâmica da atuação da sociedade civil e poder público e perceber a visão mais assistencialista de umas associações ou a promoção da independência de outras. Foi ao ar o site "encontro" http://encontro.virtualave.net , divulgando, de forma inédita, num mesmo lugar, serviços prestados pelas ONGs de apoio às pessoas com deficiência, em Salvador. Por causa desse meu interesse, fui convidada a participar do primeiro protesto em prol da acessibilidade em Salvador, liderado por várias entidades da área da deficiência e direitos humanos, o que motivou minha atuação no CVI Bahia.
AME - O que representa hoje o CVI na sua vida e na vida das pessoas com deficiência?Íris - O movimento de Vida Independente mudou o rumo da história das pessoas com deficiência no mundo. Aconteceu em Berkeley, Califórnia - USA, nos anos 60. Pessoas com deficiência física muito severa foram para as ruas expor sua indignação por viverem isolados socialmente e mostrar que, apesar das limitações físicas, tinham poder interior de fazer escolhas, tomar decisões e assumir o controle da própria vida. Naquele momento se dissolveu o grande equívoco de que a incapacidade está nas pessoas que possuem algum tipo de deficiência. A sociedade é que evidencia a incapacidade dos indivíduos, ao construir barreiras que impedem o exercício pleno da cidadania. Portanto ela deve ser responsável por eliminar tais barreiras e promover a inclusão social. Em 1972, foi criado lá o primeiro CVI, que depois espalhou-se pelo mundo. Atualmente, somente nos Estados Unidos existem mais de 500 centros. No Brasil, existem 21 CVIs e um Conselho Nacional, o CVI Brasil, que representa nacional e internacionalmente a entidade. A Filosofia de Vida Independente, desenhada ao longo do tempo a partir de valores que visam reforçar o poder interior das pessoas com deficiência, a fim de que possam construir o mundo que elas desejam para si, tem norteado documentos internacionais e literatura específica atual. Na minha vida, o CVI tem ocupado grande espaço nos últimos 5 anos. O CVI-BA é um grupo pequeno e não tem liderados. São pessoas com e sem deficiência, imbuídos na busca de um mundo melhor para nós mesmos e para todas as pessoas. Isso é muito rico; é a opção voluntária, responsável, de construção do futuro. Nossa equipe funciona 24 h no ar, pois não temos em quem mandar, de quem cobrar, nem a quem culpar, se o resultado não for o esperado. Temos independência para escolhermos parceiros, projetos, locais de reunião, que normalmente é algum shopping, barzinho, hotel, enfim. Muito trabalho, muita farra, muita cumplicidade. Temos credibilidade e reconhecimento entre as instituições da sociedade civil, em Salvador e fora também. Isso tudo significa que o CVI vai muito além de um projeto social, uma ajuda a uma organização. O CVI é minha vida, parte da minha história sendo escrita por mim, de forma isenta e independente, com muita paixão.
AME- Como são tratadas na Bahia (em especial, em Salvador) as questões relativas ao universo da pessoa com deficiência sob o ponto de vista de políticas públicas e acessibilidade? Íris - A Bahia tem um território muito grande. Acredito que em Salvador e em Feira de Santana, a segunda maior cidade daqui, tenhamos avançado mais em algumas questões. Convivemos com muitas formas de exclusão, a exemplo da escolar, no trabalho, saúde, transporte. De forma organizada e sistemática, diversas entidades da sociedade civil da área das várias deficiências e direitos humanos formaram a COCAS - Comissão Civil de Acessibilidade de Salvador. Hoje são 15 entidades, com o objetivo maior de promover inclusão, a partir da garantia do direito de ir e vir, de forma segura e independente. Uma pesquisa inédita, realizada pela COCAS, levantou as condições de acessibilidade em Salvador, o que motivou o Ministério Público Federal a cobrar dos prédio públicos federais, requisitos de acessibilidade. A Prefeitura já fez parceria para treinamento de seus técnicos pela COCAS. Está sendo desenvolvido também o projeto de assessoria jurídica às pessoas com deficiência. Pressionamos, com nossas reivindicações, para que a construção e reforma de praças e vias públicas contemplem a acessibilidade. A mídia incorporou a terminologia adequada para as questões da deficiência e está, como aliada cobrindo eventos e denúncias. O conceito de desenho universal e de cidade para todos, hoje faz parte do discurso coletivo. Aos poucos a sementinha cresceu, pois havia convicção nas idéias e ações. Buscamos o caminho certo, da articulação, da parceria e saímos todos reforçados dessa decisão.
AME- Poderia deixar uma mensagem para nossos leitores? Íris - Deixemos a passividade de lado. Não percamos a capacidade de nos indignar com a injustiça e de lutar pela equiparação de oportunidades. Em Salvador, recentemente, os estudantes pararam a cidade por vários dias, na luta pela desoneração dos transportes. O Poder público se curvou, a mídia apoiou, a opinião pública aplaudiu, pois sentiram na atuação daqueles jovens o resgate da cidadania de toda a população. Já temos leis demais, precisamos cobrar a efetivação do Direito. Temos nas mãos instrumentos poderosos como o voto, a associação, o acesso à Justiça. Construir o futuro que queremos, isto sim trará felicidade, não só para 2004, para nossa geração, mas enquanto tiver a vida.