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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

SEXUALIDADE SOBRE RODAS: Tem Alguma Dúvida? Mande Pra Gente!

Caso você ainda ficar com alguma dúvida, mande para o nosso e-mail (cantinhodoscadeirantes@hotmail.com) que responderemos para você.

 

domingo, 23 de agosto de 2015

Aprovado criação da Comissão Permanente de Defesa da Pessoa com Deficiência e do Idoso

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A matéria, que agora irá a Plenário para apreciação e aprovação final é de autoria do deputado Oleno Matos (PDT)
A Comissão de Defesa dos Direitos da Família, da Mulher, da Criança e do Adolescente, da Pessoa com Deficiência, do Idoso e de Ação Social aprovou, por unanimidade, nesta terça-feira (11) o projeto de Resolução para criação da 15ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (Ale-RR). A nova Comissão atuará, exclusivamente, em defesa dos direitos das pessoas com deficiência e dos idosos.
A matéria, que agora irá a Plenário para apreciação e aprovação final é de autoria do deputado Oleno Matos (PDT). A preposição altera o Regimento Interno da Casa e pretende reduzir a abrangência da atual Comissão, com objetivo de reforçar a visibilidade e otimizar as políticas públicas das duas temáticas na Casa.
Segundo Oleno, a criação de uma Comissão Permanente de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso, propõe o acompanhamento mais adequado às ações dos integrantes da rede de proteção da defesa dos direitos dessas pessoas, bem como fiscalizar e acompanhar o cumprimento da legislação pertinente à temática.
“Com a criação da nova comissão, a Assembleia Legislativa poderá cobrar e fiscalizar o cumprimento das legislações pertinentes”, disse o parlamentar.
Além do deputado Oleno, estiveram na reunião da Comissão às deputadas Aurelina Medeiros (PSDB), Lenir Rodrigues (PPS) e a Ângela Águida Portella (PSC) que presidiu a reunião da Comissão.
DADOS
De acordo com o Censo Demográfico de 2010, o estado contabilizou 95.510 pessoas possuem, pelo menos, uma das deficiências investigadas, entre elas, deficiência visual, auditiva, motora e mental/intelectual.
Em Boa Vista, 61.141 pessoas possuem, pelo menos, alguma das deficiências investigadas, seguida dos municípios com a maior incidência da população residente por tipo de deficiência: Rorainópolis, com 5.728 pessoas; Caracaraí, com 3.975 pessoas e Cantá, com 3.809 pessoas.
Quanto à população idosa, o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos dos Idosos informou que são, aproximadamente, 28.695, sendo que esse total se distribui pelos municípios.
Fonte: bvnews.com.br

sábado, 22 de agosto de 2015

Detran-MT emite laudos apenas para pessoas com deficiência física

laudo_medicoPessoas com deficiência visual, mental severa ou profunda, ou autistas devem obter laudos de avaliação por meio do serviço de saúde público ou privado, desde que integrante do SUS.
O Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT) emite laudos de avaliação, por meio de seus médicos credenciados, para isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Impostos de Contribuição sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) apenas para pessoas com deficiência física, com mobilidade reduzida, que serão condutoras de veículos automotores adaptados às suas necessidades,. A decisão consta na Portaria 296/2014 do órgão.
Pessoas com deficiência visual, deficiência mental severa ou profunda, ou autistas, que não serão condutoras de veículos automotores, mas sim apenas passageiras, também poderão ser beneficiadas com tais isenções mediante obtenção de laudos de avaliação expedidos por serviço de saúde público ou privado, desde que integrante do Sistema Único de Saúde (SUS), nos termos do art. 3º, inc. I, da Instrução Normativa RFB nº 988, de 22/12/2009.
De acordo com o Advogado Geral da Autarquia, Luiz Gustavo Caran, todas as pessoas com deficiência tem o direito à isenção dos impostos garantida por lei, porém o laudo do Detran-MT é emitido somente para pessoas com possibilidade de se tornarem condutoras habilitadas, após a abertura de processo para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), metodologia que não se aplica àqueles que deverão ser conduzidos por terceiros.
O gerente de Exames de Saúde do Detran-MT, José Miguel da Fonseca Júnior, explica que pessoas com alguma deficiência que compromete suas funções físicas ao dirigir são encaminhados à junta médica especial. Deste modo, os mesmos devem fazer abertura no Registro Nacional de Condutores Habilitados (Renach).
Laudo Médico
Para que o laudo de avaliação do Detran-MT seja fornecido, o beneficiário do direito deve ingressar com processo junto ao Detran-MT para alteração da sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH), onde constará a restrição médica. A pessoa com deficiência física passará por uma perícia médica da Autarquia, em que será avaliado por uma Junta Médica, que atestará sua condição física e emitirá o laudo no prazo de 10 dias após a solicitação do requerente.
Para que o benefício seja concedido é necessário requerê-lo e preencher vários requisitos. Para isso, é importante observar as normas dispostas na Lei 8989/1995, as Instruções Normativas da RF Nº 988/1999 e 1369/2013, bem como a Lei 7301/2000 e a Portaria 100/2001 da Sefaz/MT e o Anexo VII do RICMS aprovado pelo Decreto 1944/89.

Fonte: cenariomt.com.br

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Idoso com deficiência física mostra superação trabalhando como gari e comove internautas

Um idoso amputado, de 69 anos de idade, vem se tornando fonte de inspiração após imagens dele trabalhando como gari repercutirem na internet.
O homem foi visto limpando as ruas de Chengdu, na China, e desde que teve imagens publicadas nas mídias sociais chinesas, se tornou sensação.
Deng Xianguo teve metade de sua perna amputada quando tinha 19 anos de idade, após sofrer um acidente.
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Idoso amputado, de 69 anos de idade, vem se tornando fonte de inspiração após imagens dele trabalhando como gari repercutirem na internet.
Hoje ele varre as ruas de muletas, trabalho que já faz há sete anos.
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Deng, o idoso em questão, disse que gosta muito do trabalho, pois consegue ajudar os netos com o dinheiro que arrecada.
Após suas imagens começarem a circular na web, Deng vem recebendo várias doações de pessoas tocadas por seu esforço.
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Informações: Shanghaiist
Fonte: Gadoo

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Alunos da Unesp criam prótese de parte de crânio para menino de 6 anos

Estudantes dos campi de Bauru e Botucatu desenvolveram projeto. 
Protótipo foi feito em impressora com tecnologia em três dimensões.
Uma parceria entre professores, alunos e médicos da Unesp de Bauru e de Botucatu (SP) vai ajudar uma criança a resolver um problema grave. Segundo o cirurgião plástico Aristides Palhares, um meninos de seis anos sofreu um acidente aos dois anos de idade e, desde então, a criança vive com uma falha no crânio – falta um pedaço do osso da cabeça.
Palhares, que também é professor de medicina da Unesp de Botucatu, diz que recorreu ao centro avançado de desenvolvimento de produtos em Bauru para buscar uma solução ao problema. “O que chama a atenção é que ela [criança] tem uma grande falha, grande falta de tecido ósseo no crânio. Essa falha faz com que qualquer trauma que aconteça nesse região atinja praticamente o seu cérebro”, explica.
Com a tomografia tirada do crânio do menino, alunos do curso de design deram início ao processo para desenvolver o implante. O primeiro passo foi transpor as informações para o computador para dar início ao projeto gráfico. A estudante de design, Lívia Garcia Ferrari, que participou do processo, diz que é bem delicado trabalhar com esse tipo de “produto”. “Temos que tomar muito cuidado com as bordas para ver se não tem nenhuma parte pontuda. Também tem o trabalho de espessura, para não passar da espessura [do crânio] da criança.”
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Alunos da Unesp criam prótese de parte de crânio para menino de 6 anos
Depois da criação virtual, o próximo passo foi fazer um protótipo real. O projeto do implante foi parar em uma impressora 3D. Com gesso em pó, a máquina fez o pedaço do crânio que falta na cabeça do menino.
O equipamento também produziu parte dos ossos da cabeça, onde a peça será encaixada, parte de um estudo minucioso e delicado. Para Letícia Alcará, outra estudante que participou do processo de criação do protótipo da prótese, foi muito satisfatório. “Quando a gente encaixou uma parte na outra, a gente viu que funcionou. Projeto concluído, dever cumprido”, ressalta.
Com base em estudos feitos com o protótipo do crânio, desenvolvido pela equipe de design, a equipe médica da universidade em Botucatu autorizou a construção da prótese. A peça foi feita em acrílico, um material que é resistente e que não oferece risco de rejeição.
O coordenador do laboratório, o médico Osmar Rodrigues, conta que essa foi a primeira experiência em conjunto entre os departamentos de design e medicina para o desenvolvimento de um implante. Um passo importante para a ciência que se aproxima da comunidade.
“É uma grande satisfação para a gente, porque aqui no laboratório, nós atendemos as mais diversas necessidades, incluindo as necessidades da indústria local e regional. Mas todas voltadas para produto, nunca diretamente voltado para medicina. Foi bastante satisfório, principalmente para a equipe, que realizou o trabalho”, revela.
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Prótese foi feita com uma impressora de tecnologia 3D (Foto: Reprodução / TV TEM)
Cirurgia
Agora, o Departamento de Neurocirurgia da Unesp de Botucatu se prepara para colocar o implante na cabeça da criança. A identidade do paciente ainda é preservada. A peça desenvolvida em laboratório vai garantir a proteção que o cérebro do menino hoje não tem.
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Família deve receber informações sobre a cirurgia
(Foto: Reprodução / TV TEM)



O neurocirurgião Pedro Hamamoto comenta sobre a evolução nessa área da medicina.
“Para a gente, da neurocirurgia, é muito gratificante. Ter salvo a vida dessa criança no passado, quando teve o traumatismo grave. Sabendo que agora está com limitação da vida social, como não poder fazer uma atividade física, a gente poder reinseri-la às essas práticas é muito gratificante saber que isso vai acontecer”, completa.



Fonte: G1

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Alagoas promove curso para formação de áudio-descritores em Maceió

AUDIO-DESCRIÇÃOPara diminuir a exclusão social daqueles que possuem alguma limitação física, sensorial ou intelectual, o Governo de Alagoas tem dedicado atenção especial aos projetos que ampliam as oportunidades. É fundamental para qualquer cidadão brasileiro fazer parte de um convívio social, independente de ter, ou não, deficiência.
Em prol do desenvolvimento da tradução visual, enquanto recurso de tecnologia assistiva, nos equipamentos de prestação de serviço público ou privado, a Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), em parceria com o Instituto Guerreiros da Inclusão (IGI) promoveu o primeiro Curso de Áudio-descrição “Imagens que Falam”, em Alagoas.
O projeto busca suprir as lacunas deixadas por barreiras comunicacionais, enfrentadas pelas pessoas com deficiência visual, como assistir televisão, ler um livro ou revista que contenha ilustrações, ir ao cinema ou ao teatro.
E também iniciar o processo de adequação à Lei Brasileira de Inclusão (LBI) – Lei 10.098/2000 e ao Decreto 5.296/2004, como à portaria 188/2010 do Ministério das Comunicações – entre outros dispositivos legais que visam proporcionar acessibilidade às pessoas com deficiência visual em eventos culturais, de lazer, educação e trabalho.
De acordo com a gestora da Semudh, Roseane Cavalcante, a formação de
profissionais áudio-descritores é um grande passo no fortalecimento da acessibilidade comunicacional com qualidade. Proporcionar que pessoas cegas tenham acesso a essa tecnologia, vai ampliar significativamente a credibilidade do estado, no campo da inclusão social.
“A confiança do governador em abraçar essa luta garante que poderemos, juntos, mudar essa realidade da falta de acessibilidade. Essa causa é nossa responsabilidade e fico feliz em saber do engajamento de tanta gente. Essa causa não é apenas da pessoa com deficiência, mas de todos que têm consciência e sensibilidade”, ressaltou a secretária.
Alagoas investe no desenvolvimento de capacitações profissionalizantes para inclusão
O Governador Renan Filho recebeu, na tarde de sexta-feira (7), o professor doutor Francisco Lima, tradutor e intérprete na Escola Americana Instituto Mackenzie, bacharel em psicologia, PHD em psicofísica sensorial, editor e idealizador do portal Associados da Inclusão (www.associadosdainclusao.com.br) e da página Direito Para Todos (www.direitoparatodos.associadosdainclusao.com.br), idealizador e ministrante do curso de áudio-descrição.
No Palácio República dos Palmares, o chefe do Executivo alagoano ratificou o compromisso do Governo de Alagoas no apoio às políticas inclusivas e de direitos humanos.
“Sempre me preocupei em buscar alternativas que minimizassem as dificuldades de pessoas com deficiência. É fundamental promover recursos de acessibilidade para quebrar as barreiras, para que os todos cidadãos possam encarar a vida de uma forma mais segura, confortável, natural e digna”, destacou o governador.
Com seu cão-guia, a labradora Okra, o Dr. Francisco Lima agradeceu e parabenizou o governador Renan Filho pelo empenho dedicado as pautas de inclusão em Alagoas e confirmou a continuidade da parceria didática e docente com o governo.
Renan Filho disse, ainda, que “é muito importante ampliar o alcance de capacitação de servidores para desenvolver uma forma de fazer com que a comunicação, que é um direito humano previsto na constituição brasileira, seja acessível para todos, e que as barreiras de atitude, sobre essas questões, possam ser derrubadas”.
Curso abre perspectiva para o crescimento do mercado de trabalho para áudio-descritores nos setores de educação, cultura e principalmente turismo.
O casal Fabrícia Barbosa de Omena (28), jornalista, e Jean Bernado da Silva (37), professor de tradução em braile da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), superou o impedimento visual e compareceu ao curso “Imagens que Falam”. Em sala de aula, de mãos dadas e fones de ouvido, ambos ouviram o professor atentamente com interesse em conhecer o mercado de trabalho para consultores em áudio-descrição e observar o aprendizado dos futuros profissionais.
“A gente pôde aprender um pouco mais sobre a tradução visual, principalmente, para ir ao teatro, ao cinema e, quando houver imagens ou gestos, elas poderão ser descritas da forma correta para a pessoa com deficiência visual”, comemorou Fabrícia Barbosa.
Na primeira etapa do Curso de Tradução Visual com ênfase em Áudio-Descrição “Imagens que Falam”, em Alagoas, 55 participantes concluíram a carga horária presencial obrigatória.
A próxima fase será realizada em setembro deste ano, por meio de plataforma de Educação à distância. Ao final do curso, Alagoas entrará no circuito dos estados brasileiros que contam com profissionais formados para o manejo dessa tecnologia assistiva e estarão aptos para continuar com uma profissionalização especializada.
Jean Bernardo explica que, em tempo de crise, o mercado de trabalho pressente que existe uma demanda crescente para o setor, que será cada vez maior, ao longo dos anos. A exemplo disto, no Curso de Formação em Letras – Libras, na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), foi desenvolvido um núcleo de acessibilidade que vai, em pouco tempo, garantir que pessoas com deficiência sejam melhor atendidas na Ufal, abrindo oportunidade para mão de obra especializada em tradução visual.
“Pouco a pouco as pessoas com deficiência estão sendo estimuladas a ocupar o seu lugar, como qualquer pessoa sem limitações. A competência é resultado do esforço e da dedicação, então é possível encontrar pessoas com deficiência, com muita competência, mas que continuam precisando de auxílio”, explicou Jean.
A secretária Roseane Cavalcante afirmou, durante o encontro com o governador Renan Filho, que em breve serão abertas novas oportunidades voltadas para o segmento.
Para a gestora de Direitos Humanos em Alagoas, a tendência do estado em aumentar a demanda em tecnologia assistiva a serviço do turismo e da educação, é evidente, por isso é importante capacitar esse tipo de profissional.
Neste mês de agosto, a Semudh programou uma série de atividades voltadas para pessoas com deficiência. Está previsto na programação a inauguração da Central de Interpretes de Libras (CIL), ações educativas durante a semana da pessoa com deficiência, além da confirmação de Maceió como sede do II Encontro Nacional de Áudio-descrição em Estudos (Enades).
por Agência Alagoas

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Em PE, app para deficientes chega a escolas públicas e tem 10 mil usuários

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Um aplicativo criado por um pernambucano está causando uma revolução na vida de cerca de dez mil pessoas. A tecnologia, que ajuda pessoas com deficiência a se comunicarem, se chama Livox e já foi traduzida para 25 idiomas. Nos países de língua árabe, por exemplo, o aplicativo deve ser lançado em dois meses. A ideia também começa a chegar nas escolas públicas do Recife, em fase de testes.
O escolhido para os testes no Recife foi o estudante Jhonatan, de 18 anos. Ele tem paralisia cerebral e não é alfabetizado, mas é louco por internet e tem habilidade com aplicativos no telefone. Com o aplicativo, Jhonatan pode se comunicar melhor e também aumentar o aprendizado na escola. “As questões pedagógicas se iniciam a partir da comunicação. Se eu me faço compreender e faço com que o meu aluno seja compreendido, isso dá uma autonomia pra ele, uma segurança no aprendizado”, explica a professora Jeisy Oliveira.
De acordo com o analista de sistemas Carlos Pereira, criador do aplicativo, a tecnologia tem algoritmos inteligentes que fazem o sistema se adaptar ao usuário, a partir da deficiência dele. “Não importa se a pessoa tem deficiência motora, visual ou cognitiva. Ele se ajusta a cada deficiência”, explica. Exemplo disso é que dois terços dos usuários do aplicativos são pessoas autistas. Carlos criou o aplicativo para ajudar a filha, Clara, que tem paralisia cerebral, a se comunicar.
A filha de Carlos Pereira, Clarinha, de sete anos, teve paralisia cerebral por causa de complicações durante o parto. Ela não consegue controlar os movimentos do corpo mas entende tudo, e o Livox foi criado para ajudá-la a se comunicar.
Os pais de Clarinha não se conformaram em deixá-la viver com total lucidez mas sem capacidade de se expressar. Eles foram até a China, fizeram um tratamento pioneiro com células-tronco e chegaram a abrir uma clínica no Recife, que atende 300 pacientes.
Mas Carlos achou pouco — por isso, criou o sistema. Clarinha, que foi a primeira a usar o Livox, passou a se expressar, contar o que pensa e o que sente. “Hoje eu posso orientar, educar de uma forma mais precisa. Isso é ótimo, porque ela faz até perguntas e eu posso responder”, explica a mãe, Aline Costa Pereira.
O Livox já ganhou o prêmio de melhor aplicativo de inclusão do mundo, pela Organização das Nações Unidades; de inovação tecnológica com maior impacto em 2014, do Banco Interamericano de Desenvolvimento; e foi o primeiro lugar na Copa do Mundo de Tecnologia do Vale do Silício, em junho deste ano. “Eu fico muito feliz com todos esses prêmios, mas o maior prêmio que eu tenho é ver minha filha se comunicar”, conta Carlos Pereira.

Fonte: G1

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Deficiente auditivo reclama da falta de filmes legendados em cinema de São Vicente

deficiente auditivo
A ausência da exibição de filmes legendados nas salas de cinema da rede Cine Roxy é ponto de crítica por parte do comerciante Fernando Rios, em São Vicente. Deficiente auditivo, ele contou que não pode ir ao cinema na Cidade por só ter longas-metragens dublados.
“Sempre vou ao cinema, mas falta filme legendado. Eu vejo o filme, mas não entendo nada porque falta a legenda. É um absurdo”.
Segundo o comerciante, que possui um box na Praça Coronel José Lopes, no Centro, ele tentou assistir ao filme “Homem-Formiga”, mas não conseguiu pela falta da legenda. Ele relatou que foi orientado a ir ver o longa-metragem na unidade da rede que fica em Santos.
“Falam para ir para Santos. Mas eu não vou a Santos, quero ir aqui mesmo. Falei com o gerente e disse a ele que se não tivesse filme legendado, não iria pagar. Mas ele disse que tem que pagar mesmo assim”.
A Agência Nacional de Cinena (Ancine) colocou em consulta pública até hoje (7), uma Notícia Regulatória e um Relatório de Análise de Impacto (AIR) que discutem ações para regulamentar a promoção da acessibilidade em salas de cinema, com disponibilização de recursos de legendagem descritiva, LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) e audiodescrição que possibilitem a utilização de conteúdo audiovisual por pessoas com deficiência visual ou auditiva.
A ação está prevista na Agenda Regulatória 2015-2016 da Agência e tem correspondência com a diretriz do Plano de Diretrizes e Metas para o Audiovisual que atribui à Ancine o papel de ampliar e diversificar a oferta de serviços de exibição e facilitar o acesso da população ao cinema.
Enquanto isso, Fernando Rios pede para que disponibilizem horários com filmes legendados nas salas de cinema em São Vicente. “Eles não respeitam deficientes auditivos. Todos os filmes são dublados. Eu sou contra o filme dublado”.
Questionada sobre a situação, a assessoria de comunicação do Cine Roxy respondeu, em nota, que a rede procura atuar da maneira mais ampla possível, sem discriminar ou favorecer qualquer grupo específico de pessoas. Dessa forma, em respeito à demanda da maior parte do público, o número de sessões dubladas cresceu na unidade de São Vicente.
A empresa explicou que, entretanto, é possível buscar na programação das unidades a sessão mais apropriada ao gosto do cliente. Com isso, o Cine Roxy disse que procura “devolver” o carinho e a preferência conferidos a ele, respeitando as características regionais de cada unidade.
Segundo o Cine Roxy, só há filmes legendados na unidade de Santos porque, diferente de São Vicente, a demanda por filmes legendados é a preferência do público santista.
Por fim, a rede de cinemas ressaltou que, dependendo da demanda, é possível ter sessões com filmes legendados em São Vicente e que, em breve, todas as unidades do Cine Roxy estarão equipadas para atender aos portadores de deficiência auditiva e visual, conforme determinação da Ancine.
Fonte: diariodolitoral.com.br

domingo, 16 de agosto de 2015

Acessibilidade: calçadas mal niveladas e desrespeito com os cadeirantes

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Não é difícil encontrar calçadas que desrespeitem a acessibilidade em Macapá, basta andar alguns minutos pelas ruas da cidade e observar problemas gravíssimos em relação às calçadas. Ambulantes em local impróprio, nivelamento desproporcional, entulho acumulado e calçadas quebradas são apenas alguns dos problemas enfrentados por cadeirantes, pessoas com mobilidade reduzida e, também, pelo pedestre comum.
As reclamações principalmente por parte dos cadeirantes são constantes, a maioria das calçadas não possui qualquer estrutura para dar acesso às pessoas com deficiência física, muitas chegam a quase um metro de altura dificultando qualquer tentativa do cadeirante se locomover pela cidade.
Além do nivelamento irregular, o entulho é outro problema para quem transita pela capital, restos de materiais de construção ocupam parte das calçadas obrigando os pedestres a trafegarem pela rua. Para o cadeirante a vulnerabilidade é ainda maior, visto que são obrigados a passar pelo meio do trânsito para desviar da obstrução.
Os bairros da Zona Norte são os que possuem os maiores problemas com as calçadas, em alguns casos elas nem sequer existem, como é o caso da Rua Carlos Lins Cortês, no Bairro Infraero II, que, apesar de ser asfaltada, quase não se veem calçadas, obrigando ciclistas, pedestres e motoristas a dividirem o mesmo espaço, o que não é diferente em outros bairros onde as ruas não oferecem nenhuma condição de mobilidade para quem precisa se locomover.
Para a cadeirante Julia Lima, as dificuldades do passeio público de Macapá vão além dos obstáculos presentes nas calçadas, falta preocupação por parte da prefeitura que, apesar de realizar fiscalizações semanalmente na cidade, esquece-se dos bairros mais periféricos. Para ela, que mora no bairro Jardim Marco Zero, na Zona Sul, a dificuldade está na falta de continuidade das calçadas e na obstrução causada pelos próprios moradores.
“Algumas calçadas só existem porque os moradores constroem as próprias calçadas e todas seguem padrões diferentes, quando resolvem fazer alguma obra fica até difícil sair de casa por causa do material de construção que ocupa toda a passagem”, conta.
Outro problema é a comercialização irregular de qualquer tipo de produto nas calçadas. Lojas de materiais de construção e ambulantes, por exemplo, continuam a venda destes produtos desrespeitando a legislação, mesmo conscientes da possibilidade de multa e apreensão do produto.O fato é que mesmo com as ações de fiscalização, por parte dos agentes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Semduh), órgão da prefeitura responsável pela preservação do passeio público, a recuperação das calçadas deve continuar sendo, por muito tempo, um dos maiores problemas a se resolver em Macapá.
Mau Exemplo
Um outro fato que vem chamando a atenção dos macapaenses, pelo desrespeito a acessibilidade, é uma imagem de um veículo de fiscalização da Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá (CTMac) obstruindo o acesso a uma rampa destinada aos cadeirantes.
A imagem, que circula pelas redes sociais, recebeu inúmeras críticas por parte dos internautas que comentaram de forma irônica o comportamento dos agentes que estacionaram em local proibido.

Fonte: www.jdia.com.br

13 razões para a mulher se masturbar regularmente

MASTURBAO

Historicamente, a masturbação ganhou má reputação, mas uma festa para um ainda é uma festa. E esta é uma festa que vai fazer você se sentir bem melhor depois de comparecer. A masturbação traz alguns incríveis benefícios para a saúde e fará com que você se sinta realmente muito bem.
Pesquisas mostram que a maioria das mulheres com idade superior a 18 anos já se masturbaram pelo menos uma vez, mas poucas mulheres fazem isso com frequência. De acordo com a Pesquisa Nacional de Comportamento e Saúde Sexual da Universidade de Indiana, apenas 7,9 por cento das mulheres entre as idades de 25 e 29 anos se masturbam de duas a três vezes por semana, enquanto que a porcentagem de homens é de 23,4. Vamos lá meninas, nós merecemos mais do que isso.
A masturbação é uma experiência normal, gostosa e saudável. Está na hora de resolver esse tabu de mulheres e masturbação e perceber que um pouco de ménage a moi pode ser exatamente o que você precisa.
O Huffington Post conversou com a Dra. Lauren Streicher, professora adjunta de Obstetrícia e Ginecologia da Universidade Northwestern e autora do livro Sex Rx: Hormones Health And Your Best Sex Ever, sobre os benefícios da masturbação na saúde.
Ela disse que a masturbação pode trazer benefícios à sua saúde ajudando você a dormir, aliviar o estresse e simplesmente ficar mais à vontade com o seu corpo. Ela também observou que da mesma forma que se exercitar ou receber uma massagem, a autoestimulação é uma ótima maneira para relaxar emocional e fisicamente. Em vez de pagar por uma sessão de massagem cara, você pode simplesmente ficar em casa e se dar uma.
Então, diminua as luzes, acenda algumas velas e vá para a cama (ou qualquer que seja a sua rotina) - é hora de participar de um pouco de autoexploração. Aqui estão 13 razões que cada mulher tem para se masturbar regularmente:
1. Vai deixar você mais feliz.
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"Nós sabemos que o prazer faz as pessoas se sentirem bem", disse Streicher. É realmente muito simples. Os orgasmos liberam as endorfinas dopamina e oxitocina , que podem melhorar seu humor e criar uma sensação de estar alto naturalmente. Quem precisa de drogas quando você pode fazer a sua própria?
2. Você vai estar mais confortável com seu corpo.
Seu corpo deve ser seu melhor amigo - é uma das únicas coisas que estarão com você a vida inteira. Explorá-lo faz parte da sua relação de amizade com ele. "É extremamente importante que as mulheres apreciem a sua própria anatomia e como se darem o autoprazer", disse Streicher. Força nos estudos, meninas.
3. Pode melhorar sua vida sexual.
A masturbação permite que você explore seu corpo e descubra o que a faz se sentir melhor. Conhecer o seu corpo desta forma poderá torná-la mais confiante na cama e mais vocal com os parceiros. Depois de descobrir o que gosta, você poderá dizer ao parceiro onde tocar você.
4. Ajuda a dormir.
dormindo
Existe um motivo pelo qual a maioria de nós se sente tão sonolenta depois desse clímax arrepiante: os orgasmos física e emocionalmente aliviam a tensão e esgotam o corpo, o que permite que você caia no sono mais rápido. "Geralmente as pessoas não dormem melhor depois de se masturbar, mas, muitas vezes, é por se sentirem relaxadas e satisfeitas", disse Streicher. A masturbação ajuda as pessoas a dormirem do mesmo jeito que ler um livro antes de dormir faz - você se sente mais calmo e relaxado.
5. É uma ótima maneira de liberar a tensão sexual.
Se você optou por não ter relações sexuais ou simplesmente está passando por um período de seca, a masturbação é uma ótima maneira de satisfazer a sua libido.
6. A masturbação pode aliviar dores no corpo e dores menstruais.
"Se você tem uma contração uterina enquanto se autoestimula, essa contração poderá ajudar o sangue menstrual a sair mais rápido... teoricamente vai ajudar com as cólicas", disse Streicher. Enquanto ela adverte que a pesquisa por trás deste benefício é relativamente limitada, ela disse que não há nenhuma razão para não se masturbar no período menstrual: "Não é nunca algo ruim e se vai ajudá-la, então vá atrás disso." De todas as formas é mais divertido do que uma bolsa de água quente.
7. Alivia o estresse.
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"Qualquer coisa que faz você se sentir mais relaxada e leva você a se desligar do seu dia, faça você yoga ou uma massagem nos pés, é tudo a mesma coisa", disse Streicher. "Não é que tenha que ser sexual, mas o sexo e a autoestimulação é, definitivamente, uma das maneiras de aliviar o estresse. "Soa como uma maneira impressionante de se descontrair.
8. A masturbação ajuda o seu corpo a se manter sexual... mesmo quando você não está fazendo sexo.
"Se você está dando um tempo para relacionamentos, há um benefício muito forte para manter as coisas ao se autoestimular - não só em termos de manter os tecidos elásticos e saudáveis e aumentar o fluxo sanguíneo, mas de manter seu cérebro funcionando", disse Streicher. "Nós sabemos que o sexo e a excitação começam no cérebro... Quanto mais sexo você tem, mais sexo você vai querer porque você pensa mais sobre sexo. Quando você tem alguém que não teve sexo por um período muito longo de tempo, na maioria dos casos, essa pessoa nem sequer está pensando nisso."
9. Há toneladas de aparelhos legais para ajudar você a se masturbar.
Desde vibradores de mãos-livres até vibradores em forma de batom, há um vibrador para cada mulher.
10. Se você está em um relacionamento, é uma ótima maneira de misturar as coisas - e mantê-lo voltando para mais.
Como observou Streicher, quanto mais sexo você tem, mais sexo você vai querer ter. Também é correto dizer que, quanto mais você se masturba e torna-se confortável com o seu próprio corpo, mais você vai querer ter sexo com o seu parceiro. "Sabemos que ser autossexual vai estimular a parte do cérebro que mantém sua libido viva e funcionando bem", disse Streicher.
11. Orgasmos. Múltiplos.
orgasmo
Entender como seu corpo funciona ajuda a saber exatamente como lhe dar prazer. Uma, duas, três vezes - a decisão é sua! O clímax é muitas vezes só no final do sexo com os homens, mas as mulheres podem continuar. Por que se satisfazer com um?
12. Não há desvantagens.
A masturbação não tem "absolutamente nenhum efeito negativo", disse Streicher. "Nada de ruim pode acontecer se você se masturbar - você não pega nada, não engravida, nem fica doente. É um vício que faz você se sentir bem e não tem repercussões negativas."
13. É incrivelmente f#d*.
Nem precisa explicar.
Limpe sua agenda, um tempo para "mim" começa agora.

sábado, 15 de agosto de 2015

O país onde deficientes são acorrentados e violentados

  • BBC
    Sophie Morgan (esq.), britânica que usa cadeira de rodas há 12 anos, visitou Gana para gravar um documentário sobre a vida de pacientes com deficiência física
    Sophie Morgan (esq.), britânica que usa cadeira de rodas há 12 anos, visitou Gana para gravar um documentário sobre a vida de pacientes com deficiência física
Para muitos, Gana é um país lindo, seguro, a joia da coroa da África Ocidental. Mas há um lado sombrio que poucos conhecem.

Muitos no país acreditam que deficiências não são um obstáculo físico ou mental, mas uma doença espiritual ou maldição que pode ser curada por rezas ou confinamento. E, em alguns casos, por violência física.

O casal Beatrice e Alfred vive na capital, Acra. Ambos têm deficiências e dependem de cadeira de rodas. Mas, com um filho de 4 anos para educar, e contas para pagar, trabalham duro para levar dinheiro para casa.

Beatrice teve pólio e sofre de baixa auto-estima. As oportunidades de trabalho são escassas e ela conta ter passado a vida toda no ostracismo. Hoje, o que faz é sentar na beira da rua sob o sol forte e vender laranjas.

Não é preciso muito tempo para observar que são poucos os negócios: clientes preferem outros vendedores assim que a veem numa cadeira de rodas.
"É normal", diz ela, quase sussurrando. "Eles acreditam que irão pegar alguma doença."

Mas pensamentos como este não são a pior coisa a existir em Gana.

Olhar de pânico

Num campo espiritualista muçulmano perto de Acra, a sala de espera está lotada de homens e mulheres com deficiências, que esperam ser curados. É possível ouvir gritos vindos de uma das cabanas de madeira e concreto.

Uma jovem e sua mãe saem dali. A menina, de cerca de 11 anos, tem lágrimas, sangue e catarro escorrendo de seus olhos e nariz. Ela grita descontroladamente, e cai debilmente no chão. A mãe tenta segurá-la, mas também está em prantos.

Os olhos da criança revelavam medo e pânico. A mulher responsável pelo campo havia colocado "remédio" em seus olhos, nariz e ouvidos, porque acreditava que a menina tinha uma "maldição". Na verdade, ela era epiléptica.

Por todo o campo, homens e mulheres estavam algemados por terem algum tipo de deficiência mental ou física. As correntes eram parte do tratamento, juntamente com espancamento e fome.

Desorientado e claramente atordoado, um homem estava coberto em suas próprias fezes e bebia sua urina. Um segundo também comia as próprias fezes e um terceiro se masturbava. A maioria chorava e alguns estavam apenas em silêncio.

Um funcionário justificava este método como tratamento para curar a doença espiritual que causa deficiências.

Este não é um caso único. Por todo o país, deficientes enfrentam dificuldades: nenhuma acesso a equipamentos, educação, transporte, tratamento médico ou trabalho. O resultado é que muitos vivem em pobreza absoluta.

O estigma ligado a pessoas com deficiência e suas famílias tem consequências chocantes - incluindo confinamento e tortura.

Há, ainda, relatos não-confirmados de que crianças com deficiências são sacrificadas, em sessões comandadas pelo chamados "sacerdotes-feiticeiros".

O governo de Gana tem sido pressionado para agir contra estas violações de direitos humanos.

O relator especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre tortura, Juan Méndez, disse que o tratamento de pessoas com problemas psicossociais pode ser considerado como tortura. Ele destacou o acorrentamento de doentes mentais a árvores, falta de alimentação e o uso de terapia de choques elétricos sem anestesia.

O relatório de Méndez foi apresentado no ano passado ao conselho em Genebra - mas parece que pouco foi feito para solucionar os problemas.

*Sophie Morgan usa cadeira de rodas há 12 anos após sofrer um acidente de carro aos 18 anos e ficar paraplégica. Ela apresentou o documentário The World's Worst Place to be Disabled? (O Pior Lugar do Mundo para ser Deficiente?), da BBC. Ela esteve em Gana em novembro e disse que as coisas que viu fizeram com que desejasse nunca mais retornar ao país. Ela vive no Reino Unido.

Mãe cria campanha de volta às aulas para incluir filha com deficiência

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Katie Driscoll fez uma parceria com mais de 100 empresas que se comprometeram a incluir crianças com deficiência em seus anúncios “Back to school”. (Foto: Foto: Divulgação)
O esforço de uma mãe para que sua filha com Síndrome de Down também se sentisse incluída na volta às aulas ganhou força e repercutiu internacionalmente. O objetivo era aumentar a visibilidade de crianças e adultos com deficiência na mídia.
A filha de Katie Driscoll, Grace, tem a síndrome e sente dificuldade para se relacionar na escola, o que não acontece com nenhum de seus cinco irmãos. Para Katie, um dos motivos pelos quais isso acontece é o fato de não haver uma representação adequada de crianças com deficiência em veículos de comuniação, como os anúncios publicitários.
Além dos obstáculos para a socialização na escola, a mãe de Grace enxerga mais adiante e teme pelo futuro da filha. Para ela, essas dificuldades podem gerar problemas em relação à confiança e à autoestima. A longo prazo, isso pode até influenciar negativamente a capacidade de encontrar emprego e de buscar independência na vida adulta.
“As crianças com qualquer tipo de diferença permanecem praticamente invisíveis nos meios de comunicação”, disse Katie, em entrevista à emissora de televisão norte-americana ABC News. Não há uma campanha publicitária de volta às aulas que mostre crianças deficientes em meio aos grupos de alunos.
Katie cansou de esperar que esse “buraco” fosse coberto pelas empresas e resolveu arregaçar as mangas sozinha. Ela, que é fotógrafa, organizou uma sessão de fotos com o tema “volta às aulas” e reuniu várias crianças em uma livraria, para fazer os cliques. As imagens foram compartilhadas pelas redes sociais, sem nenhum objetivo financeiro. A ação recebeu o nome de Changing the face of Beauty (“Mudando a cara da beleza”, em uma tradução livre) e é uma tentativa de chamar atenção dos anunciantes, para estimulá-los a usar mais pessoas com deficiência em propagandas. Tudo isso aconteceu em 2014.
Agora, um ano depois, o movimento, que começou com o ideal de uma mãe, se propagou para o mundo inteiro. Tanto, que Katie já firmou parceria com cerca de 100 empresas, que se comprometeram a incluir crianças com deficiência em seus anúncios de volta às aulas. “Eles querem que os consumidores saibam que eles valorizam cada criança. Eles valorizam a mensagem de que todas as crianças são importantes”, comemora Katie.
Foi daí que surgiu a hashtag para a campanha deste ano, #ImGoingToSchoolToo. De acordo com Katie, as empresas com quem ela tem parceria ficaram surpresas por não terem pensado na ideia antes.
Apesar do sucesso, a mãe de Grace tem os pés no chão. Ela ressalta que ainda há um longo caminho a ser percorrido até o dia em que a visibilidade de crianças deficientes chegar a um nível igualitário. Ela imagina um mundo no qual a publicidade inclusiva venha naturalmente. “O melhor cenário seria se não houvesse necessidade disso. Não seria ótimo se nós não precisássemos ter essa conversa?”, encerra.
Fonte: revistacrescer.globo.com

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Uma orgia para ir em cadeira de rodas

Se graças ao documentário Yes, We Fuck! descobrimos que pessoas com deficiência podem ter uma vida sexual ativa e satisfatória, o dia 14 de agosto mostrará ao mundo que elas também podem participar de orgias, mesmo em uma cadeira de rodas. Nesse dia será realizada em Toronto (Canadá) a primeira festa do sexo mundial, criada especialmente para esse grupo. O evento Deliciously Disabled, claro, é aberto a todos e não apenas àqueles com algum tipo de deficiência. A entrada custa 20 dólares (70 reais) e o dress code é tão anárquico que alguém até poderia ir sem roupa, se assim preferir. O evento foi descrito por uma de suas organizadoras, Stella Palikarova, modelo que sofre de atrofia muscular espinhal, como "a queda do Muro de Berlim para a sexualidade das pessoas com deficiência". A ideia de organizar a festa foi de Stella, como resultado de uma antiga insatisfação, ao constatar a concepção da sociedade de que a libido de uma pessoa que não pode andar não deve estar muito bem, mas como ela mesma disse ao jornal Toronto Sun "muitos que estão em cadeiras de rodas podem ter uma sexualidade satisfatória, até melhor do que muitas pessoas normais. Ao tornar esse evento acessível a pessoas com deficiência, estamos dizendo abertamente que também são seres sexuais".


A sexualidade das pessoas com mobilidade reduzida tem chamado a atenção do público recentemente. O filme As Sessões (2012) já abordava a polêmica questão dos assistentes sexuais em uma história na qual um jornalista e poeta tetraplégico com um pulmão artificial, interpretado por John Hawkes, decide perder sua virgindade nas mãos de sua terapeuta sexual, interpretada por Helen Hunt. Há alguns meses também estreou Yes, We Fuck!, que tentou responder à pergunta que muitos fazem sempre que veem alguém com algum tipo de deficiência. O filme não só demonstrou que esse grupo tem relações sexuais, mas que também se masturba e explora cada centímetro de pele em busca de sensações. Muitos deles têm uma sexualidade complexa, curiosa e aventureira. O documentário faz sucesso na América do Sul e em outras partes do mundo, embora nem tanto nos EUA. "Nosso objetivo era visualizar em imagens o âmbito da sexualidade dessas pessoas, algo que desconhecemos, como seus corpos", diz Raúl de la Morena, diretor do filme em parceria com Antonio Centeno. "No entanto", continua, "também quisemos mostrar não só o que a experiência da sexualidade pode fazer pelas pessoas com deficiência, mas também o que a realidade desse grupo pode acrescentar à sexualidade humana. No meu caso, serviu para aprender muitas coisas sobre minha própria sexualidade”.Andrew Morrison-Gurza, consultor de pessoas com deficiência, também está entre os organizadores e emprestou sua imagem —nu em uma cadeira de rodas— para o cartaz do evento. Morrison comentava ao jornal britânico Daily Mail: "Queremos dar às pessoas com deficiência a oportunidade de ser protagonistas de uma festa sexual e positiva — algo jamais visto antes—, mas também ensinar àqueles que não têm nenhuma deficiência todas essas delícias. Esse evento foi criado para mostrar que deficiência e sexualidade são acessíveis a todos". Fátima Mechtab, outra encarregada dos preparativos, disse à S Moda que "a festa está aberta a todos os tipos de corpo, habilidades e orientações sexuais" e vai contar com assistentes sexuais, intérpretes para surdos e todos os tipos de elevadores, rampas e sistemas para facilitar a circulação do grupo que protagoniza a festança.

Carlos de la Cruz é sexólogo, diretor do mestrado de sexologia da Universidade Camilo José Cela e vice-presidente da Associação Sexualidade e Deficiência, que visa melhorar a qualidade de vida de pessoas com todos os tipos de deficiência, com especial ênfase em educar e prestar apoio à sexualidade desse grupo. O especialista vê com bons olhos a realização da festa em Toronto, embora dependa do objetivo de cada um. “Se alguém entra pela porta do desejo, vai acabar se divertindo; mas se entra pela porta da obrigação, o resultado pode ser um pouco diferente, porque às vezes há muito esforço para que as pessoas com deficiência consigam tudo, e o que importa é propiciar. Há um ditado bem conhecido desse grupo que diz: ‘Para que serve uma rampa?’. A maioria das pessoas responde subir escadas. Não, uma rampa é usada para decidir se quero subir a escada ou não".
CORDON PRESS
A partir dessa associação sabem que melhorar a vida sexual de pessoas com algum tipo de deficiência tem um impacto significativo sobre sua qualidade de vida, mas as barreiras não são sempre físicas nem arquitetônicas; as mentais são as mais difíceis de superar. "O problema é que ainda se confunde sexualidade com relação sexual, e uma pessoa com deficiência pode nunca ter relações sexuais, por isso começa a ser percebida como assexuada. Essa mentalidade, essa ideia errônea sobre sexualidade que ainda persiste, se torna muito clara quando diferenciamos deficiências adquiridas ou de nascença e a maneira de encará-las. Se eu pensar, por exemplo, que minha sensibilidade está no pênis e de repente ele desaparece, eu desabo; mas se eu tiver outra ideia do sexo, busco outras possibilidades e tento sentir outras partes do corpo. Quanto mais próxima a pessoa estiver do modelo padrão de relações sexuais e este for quebrado de repente, mais se sofre. É o que acontece com muitos homens que tiveram lesões na coluna vertebral e estavam acostumados a adotar um papel muito ativo e genital. As pessoas com diversidade funcional que pedem a construção de rampas ou táxis adaptados para transportar cadeiras de rodas não pedem só para elas, também fazem isso para facilitar a vida daqueles que os levam. Deveria ocorrer o mesmo com a sexualidade. Mudar nosso conceito tradicional de sexualidade não é bom apenas para aqueles que têm deficiências, mas para todos."
Dentro do grupo de pessoas com deficiência, as pessoas com algum problema intelectual são os párias dessa casta, já que, de acordo com De la Cruz, "é necessário que outra pessoa aceite entender suas necessidades sexuais. Me refiro aos cuidadores ou aos pais, que também precisam ser educados. E nem todos são a favor que seu filho se masturbe ou tenha a porta do quarto fechada. Na associação, tentamos tocar vários pontos: oferecer informações, embora não a peçam, e incentivar o desenvolvimento pessoal, porque se a rejeição é ruim, a superproteção também é. Muitas vezes, os corpos dessas pessoas, as que precisam ser vestidas ou ajudadas a se mover, perdem sua privacidade e se tornam corpos tocados por qualquer pessoa. Reivindicamos o direito à intimidade, que possam ser chamados [atrás] das portas, que estas possam permanecer fechadas às vezes. E, finalmente, acredito que as redes sociais de garotos e garotas desse grupo deveriam ser melhoradas, mas não só entre eles, que possam interagir com outras pessoas. Não devemos criar guetos”.
CORDON PRESS
A polêmica figura do assistente sexual é outro dos temas abordados pelo documentário Yes, we fuck!Uma história protagonizada por Soledad Arnau Ripollés e Teo Valls. Soledad é filósofa, sexóloga, escritora de relatos eróticos, diretora e apresentadora do programa de rádio sobre sexo Acuéstate conmigo(“Durma comigo”) e atriz pós-pornô no curta Habitación (“Quarto”), além de ativista do fórum Vida Independente. Teo é assistente sexual. Soledad, como ela mesma confessou na entrevista coletiva da estreia do documentário, foi a única que não tirou a calcinha no filme, mas justificou em seu discurso, com a ajuda de Teo, já que ela nasceu com uma disfunção que a impede de mexer pernas e braços. A calcinha, para quem quiser saber, era vermelha. “Minha passagem pelo documentário, mostrar meu corpo nu”, conta Soledad, “ajudou-me a me sentir orgulhosa dele, a gostar mais de mim mesma. Existem tantas mensagens: você é defeituoso, assexuado, não é uma pessoa desejável nem sente desejos. A sexualidade está muito genitalizada e é heterossexual e binária. Toda pluralidade é excluída. Todos precisamos de uma boa educação sexual que inclua a diversidade. Não é um fracasso não haver genitais no ato sexual. E se você gosta de penetração e alguém não pode te penetrar com o pênis, pode fazer isso de muitas maneiras, com a língua, com a mão, com brinquedos eróticos.” Para Soledad, a figura do assistente sexual é imprescindível em certas pessoas com um determinado tipo de disfunção, já que sem ela não é possível ter atividade sexual. “Assim como uma pessoa com diversidade funcional precisa de alguém que a ajude a se lavar, a se vestir e a comer... Se quiser se masturbar, tocar-se ou ter sexo virtual, também precisa de assistência. Mas acho que o assistente sexual não é uma pessoa para transar, e sim alguém que te ajuda a transar. Quando você começa a assumir o controle da sua vida e a assumir responsabilidades, é também possível que comece a pensar e desejar experimentar com a sua sexualidade, mas precisará de alguém que tire sua roupa, que mexa suas mãos e as coloque onde você não pode colocar, porque o sexo é um direito, embora não um dever.
Teo Valls mora em Barcelona e chegou à assistência sexual naturalmente, como consequência de seu trabalho como assistente pessoal para pessoas com deficiência. Se para muitos é uma atividade com uma barreira difusa e desconfortável com o mundo da prostituição, para ele isso é muito claro. "Sempre digo que tenho um trabalho sexual e que recebe uma herança do mundo da prostituição, mas não é exatamente o mesmo, já que uma trabalhadora do sexo corre muito mais riscos do que eu. Meu trabalho é ajudar pessoas com algum tipo de diversidade funcional para que tenham sexo quando quiserem, mas não comigo. Posso ajudá-las a ter autoerotismo, a se masturbar, a guiar suas mãos, posso penetrá-las com um vibrador. Sou uma ponte entre o desejo e o prazer ". Teo é a favor que esse profissional seja legalizado, assim como na Alemanha, Bélgica, Suíça, Holanda e Dinamarca, onde também recebem ajuda financeira. “Gostaria que houvesse cobertura legal e que as pessoas com diversidade funcional, que pedissem, tivessem disponíveis algumas horas de assistência sexual." O contato de Teo com diferentes sexualidades tem mostrado a importância de "aprender a jogar. As possibilidades de prazer são infinitas. A sexualidade tem mais a ver com estar aberto a desfrutá-la do que com a capacidade anatômica ou funcional."
Morrison-Gurza escreveu um artigo no The Huffington Postintitulado Why Sex With Someone With a Disability is the Best Sex You Could Be Having (Por Que Ter Relações Sexuais Com Uma Pessoa Com Deficiência É o Melhor Sexo Que Você Poderia Ter), no qual destaca os aspectos positivos da sexualidade desse grupo. Entre eles, a necessidade incontornável de conversar e estabelecer acordos e a maior criatividade quando se trata de encontrar novos caminhos para o prazer. "Uma das razões pelas quais ter relações sexuais com alguém com deficiência pode ser melhor é porque você tem de se comunicar, e não quero dizer mais forte!, mais rápido!, Ooh querida!, embora isso também ajude. Quero dizer que você tem que desenhar o sexo, tem que sentar com seu parceiro e dizer o que funciona para você. Tem que falar sobre o que não pode ser feito, o que machuca, o que pode ser divertido ou incrível ou o que você quer provar." E Andrew continua, "o que eu mais gosto sobre fazer sexo sendo uma pessoa com deficiência é saber que cada vez que faço algo estou redefinindo as normas sexuais e a ideologia do que é desejável dos meus parceiros. Posso excitá-los de maneiras tão diferentes que nunca haviam imaginado antes, com minhas palavras, pensamentos e meu corpo, e desafiar tudo o que achavam que sabiam. Faz com que as pessoas sejam genuínas, saiam do cenário que pensavam ser sexy e acreditem em algo novo em todos os momentos."
Fotograma de 'Carne trêmula' (Pedor Almodóvar, 1997) / EVERETT