Cadeirantes do Alto Tietê reclamam das dificuldades enfrentadas por eles no dia a dia com a falta de acessibilidade em algumas cidades. Em Mogi das Cruzes (SP)
, boa parte das pessoas que utiliza cadeira de rodas reclama das calçadas irregulares da cidade. Por causa disso, tem cadeirante que prefere andar na rua, disputando espaço com os carros.

É o caso do jovem Ruan Deivis Martins. Ele tem 20 anos e há de anos usa cadeira de rodas, por causa de uma distrofia. Ele, que vive em Mogi das Cruzes, diz que as calçadas da cidade são irregulares. "Ainda é melhor andar pela rua mesmo com o risco de ser atropelado. Na calçada temos que ficar tentando descobrir se do outro lado terá acessibilidade", explica o cadeirante.
Este mesmo drama é vivido pelo cadeirante Jackson Baptista. Ele diz que sente dificuldades em Mogi das Cruzes, principalmente quando precisar atravessar uma rua. "Saio de uma calçada com uma rampa e quando chego do outro lado dou de cara com a guia. Eu fico até com medo quando alguém vem me ajudar porque já houve casos de eu cair na hora de empinar a cadeira", detalha.
Baptista, que é jogador da equipe paraolímpica de basquete da cidade, diz que Mogi das Cruzes, mesmo em expansão, ainda caminha em passos lentos quando o assunto é acessibilidade. "É uma cidade com duas universidades, um shopping e com várias indústrias, mas mesmo assim, ainda tem muita falta de acessibilidade. As melhorias até podem estar acontecendo, mas caminham em passos lentos", diz.
Prefeitura de Mogi
Em nota, a Prefeitura de Mogi das Cruzes afirmou que tem estudos para ampliar a acessibilidade em calçadas no município e que todas as novas avenidas, que estão sendo construídas, já contam com acessibilidade. Garantiu, também, que vai estudar o caso específico citado na matéria
Ação judicial
Em Ferraz de Vasconcelos, o cadeirante Tadeu Guerra teve de entrar na Justiça para tentar um conseguir transporte para fazer um tratamento de saúde em São Paulo. Ele sofreu uma trombose e teve de amputar as pernas e as mãos. Em 2012, ele, que usa cadeira de rodas há dez anos, conseguiu um tratamento na capital para colocar uma prótese, mas acabou perdendo a vaga pois não conseguiu transporte. "Um dia era o carro que quebrava. No outro ninguém me avisava nada e o transporte não vinha. Com isso, eu tive de faltar várias vezes no tratamento", detalha Guerra.
O cadeirante acabou perdendo a vaga e a chance de tratamento. Ele registrou dois boletins de ocorrência e acinou o Ministério Público pedindo um transporte adaptado para comparecer às consultas e uma cadeira motorizada. "Eles me negaram. Isso não é só para mim, mas para todas as pessoas que passam por essas dificuldades", detalha.
Prefeitura de Ferraz
A produção da TV Diário questionou a Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos sobre o problema de Guerra. A Secretaria de Saúde informou que ele é quem teria se recusado a usar o transporte oferecido pela Prefeitura. De acordo com a administração municipal, o município tem a intenção de adquirir mais carros adaptados, mas não deu uma previsão de quando eles vão estar disponíveis.
Fonte: G1

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